Trump diz que guerra em Gaza “acabou”; Netanyahu garante que ação militar no enclave continuará

Há dias, quando consultado sobre o anunciado acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o editor do UCHO.INFO respondeu que não demoraria muito para Benjamin Netanyahu “roer a corda”. Afinal, o primeiro-ministro israelense depende do genocídio na Faixa de Gaza – ou qualquer outro congênere – para manter-se no poder e escapar da prisão.

Neste domingo (12), faltando poucas horas para o início da troca de reféns e prisioneiros, Netanyahu afirmou que a campanha militar em Gaza não acabou, apesar do acordo firmado com o Hamas na última quarta-feira. “Ainda temos grandes desafios de segurança pela frente. Alguns dos nossos inimigos estão tentando se recuperar para nos atacar novamente”, disse Netanyahu em vídeo. “Estamos no controle.”

A declaração de Netanyahu desautorizou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que viajou ao Oriente Médio para faturar politicamente com a libertação de reféns e prisioneiros. Nos últimos dias, muito se falou sobre acordo de paz, mas na verdade o que se tem é um frágil cessar-fogo.

Antes de rumar para o Oriente Médio, Trump foi categórico a dizer “a guerra acabou”. “Isso já dura séculos, ok? Não é algo recente. Já são séculos. Acho que as pessoas estão cansadas disso. Sim, o cessar-fogo vai se manter”, disse o presidente norte-americano, conforme noticiou a CNN.

Se o acordado é um cessar-fogo, falar em fim da guerra na Faixa de Gaza é, na melhor das hipóteses, oportunismo rasteiro marcado por delírios esquizofrênicos às avessas.

Como se não bastasse, Trump ousou elogiar Netanyahu, um criminoso que precisa ser penalizado pelo genocídio cometido contra o povo palestino. “Ele é um presidente em tempos de guerra. Fez um trabalho muito bom. Tive algumas divergências com ele, que foram rapidamente resolvidas. Mas, na minha opinião, acho que ele fez um ótimo trabalho. Acho que ele era a pessoa certa para este momento”, disse o americano, de acordo com a CNN.

Ao longo de dois anos, à sombra de inquestionável poderio militar, Israel não conseguiu libertar os reféns, tampouco eliminou o Hamas. Se o balanço de 67 mil palestinos mortos e 170 mil feridos representa “um trabalho muito bom” de Netanyahu, o presidente dos EUA carece de avaliação psiquiátrica.

O acordo de trégua entre Israel e Hamas, que entrou em vigor na sexta-feira, inclui trocar os últimos reféns — vivos e mortos — que permanecem em Gaza por quase 2.000 palestinos detidos em prisões israelenses, entre eles 250 prisioneiros “por motivos de segurança nacional”.

Em suma, Gaza foi palco de um genocídio deliberado, não de uma guerra, como sugere Donald Trump, que vende aos incautos uma monumental e sonora mentira como se fosse a suprema verdade.

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