Hamas devolve mais dois corpos de reféns israelenses mortos na Faixa de Gaza

O Exército de Israel informou que o grupo militante palestino Hamas entregou “dois caixões com reféns falecidos” ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha em na Faixa de Gaza na noite de sábado (18).

Com isso, sobe para 12 o total de reféns mortos já devolvidos pelo Hamas desde o início do cessar-fogo. Outros 16, contudo, seguem em Gaza, e Israel anunciou que manteria fechada a passagem de Rafah, que conecta o território palestino ao Egito, como forma de pressionar pela restituição de todos os mortos às suas famílias.

A passagem de Rafah é considerada estratégica por ser o único ponto de acesso de Gaza com o mundo exterior que não faz fronteira com Israel, e sim com o Egito. Antes, a previsão era de que ela fosse reaberta no domingo.

A devolução de todos os reféns, vivos ou mortos, é um ponto fundamental do acordo de cessar-fogo, que está em vigor há uma semana e visa encerrar de vez a guerra iniciada em 7 de outubro de 2023.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já alertou que autorizaria Israel a retomar a guerra caso o Hamas não devolva os restos mortais de todos os reféns mortos.

Em troca, Israel também se comprometeu a devolver corpos de palestinos de Gaza mortos desde o início do conflito. No sábado, mais 15 corpos foram restituídos, somando um total de 135 até então – 15 corpos de palestinos mortos para cada refém israelense morto.

Os últimos 20 reféns israelenses que seguiam com vida no território foram libertados na última segunda-feira (13). Em contrapartida, Israel devolveu quase 2 mil presos palestinos que mantinha em suas prisões.

O Hamas, considerado entidade terrorista por Estados Unidos, União Europeia e outros países, afirma que a destruição e o controle militar israelense de certas áreas de Gaza têm dificultado a localização dos restos mortais dos reféns no lado israelense.

Hamas protesta contra bloqueio da passagem de Rafah

O anúncio do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o bloqueio da passagem de Rafah foi divulgado pouco depois de a embaixada palestina no Egito informar que ela seria reaberta na segunda-feira para o retorno de pessoas a Gaza. O Hamas protestou, classificando a decisão de Netanyahu como uma violação do acordo de cessar-fogo.

A passagem de Rafah está fechada desde maio de 2024, quando Israel assumiu o controle do lado de Gaza. A reabertura total facilitaria a busca por tratamento médico, viagens ou visita a familiares no Egito.

Desde o início do cessar-fogo, Gaza recebeu em média cerca de 560 toneladas de comida por dia, mas a quantidade seguia bem abaixo da escala necessária, segundo o Programa de Alimentos da Organização das Nações Unidas.

Ansiedade de ambos os lados com os restos mortais

Israel tem devolvido corpos de palestinos sem nomes, apenas com números. O Ministério da Saúde de Gaza publica fotos online, na esperança de que famílias possam identificá-los.

“Assim como eles levaram seus cativos, nós queremos os nossos. Tragam meu filho, tragam todas as nossas crianças de volta”, disse, em lágrimas, Iman Sakani, cujo filho desapareceu durante a guerra e que aguardava por notícias no hospital Nasser.

Enquanto isso, os escombros de Gaza continuam a ser vasculhados em busca de mortos. Corpos recém-recuperados elevaram o número de mortos palestinos para mais de 68 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Milhares de pessoas continuam desaparecidas, de acordo com a Cruz Vermelha.

O ministério, parte do governo controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes em sua contagem. No entanto, mantém registros detalhados de vítimas, considerados geralmente confiáveis por agências da ONU e especialistas independentes.

A guerra em Gaza foi deflagrada em 7 de outubro de 2023, quando militantes liderados pelo Hamas invadiram Israel e mataram cerca de 1,2 mil pessoas – em sua maioria civis – e sequestraram outras 251. (Com agências internacionais)

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