
Provido de reconhecida inteligência política, presidente Luiz Inácio Lula da Silva fracassaria caso fosse enxadrista ou até mesmo um estrategista. Isso porque Lula tem o péssimo hábito de antecipar fatos e decisões, fornecendo munição extra aos adversários.
Lula confirmou nesta quinta-feira (23) que deve se candidatar à reeleição e disputar um quarto mandato presidencial no pleito de 2026.
O mandatário brasileiro está em Jacarta, na Indonésia, onde realizou reunião bilateral com o presidente do país, Prabowo Subianto. A jornalistas, o petista indicou que prevê novos encontros e uma boa relação futura com seu homólogo indonésio, extrapolando o limite de seu atual mandato, que se encerra em dezembro do próximo ano.
“Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Digo isso porque ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas eu estou preparado para disputar outras eleições e tentar fazer com que a relação entre Indonésia e Brasil seja por demais valorosa”, disse ele, ao lado de Subianto.
“Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade”, completou.
Ao disputar o pleito que o alçou ao seu terceiro mandato presidencial, em 2022, Lula havia indicado que, se eleito, não concorreria à reeleição. À época, sugeriu que trabalharia quatro anos para entregar o país em ordem aos futuros postulantes ao cargo.
No entanto, mais recentemente o petista vinha dando sinais de que pretende se manter na chefia do Planalto, desde que sua saúde permita. Esta foi sua primeira confirmação pública de que disputará o cargo.
O desejo é endossado pela base do partido. Aliados defendem que o presidente seria o único nome do PT apto a enfrentar um possível representante do bolsonarismo nas urnas.
Lula critica protecionismo antes de encontro com Trump
Lula visita a Indonésia como parte de um giro por países asiáticos. Pouco antes de sua conversa com jornalistas, assinou uma série de memorandos e acordos de cooperação com Subianto nas áreas de agricultura, energia, comércio, educação, defesa, ciência e tecnologia.
Ele também irá à Malásia, onde participa da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), onde deve se encontrar com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Na reunião bilateral com o americano, prevista para domingo, os presidentes devem discutir as tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros. O encontro foi agendado após videoconferência entre os líderes em outubro, que amenizou as relações com Washington.
Em declaração à imprensa, nesta quinta-feira, porém, Lula voltou a defender o uso de moedas locais e a criticar o protecionismo no comércio internacional, dois temas que entram em choque com a agenda da Casa Branca.
“Nós queremos comércio livre. E, mais ainda: tanto a Indonésia quanto o Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de a comercialização entre nós dois ser com as nossas moedas”, disse.
Considerando o fato de que Donald Trump é um bufão descontrolado e imprevisível, a declaração sobre um tema que não condiz com o objetivo da viagem é desnecessária e aumenta o risco de um revés no encontro com o presidente americano.
No começo de sua gestão, Trump chegou a ameaçar países do Brics com tarifas se o bloco mantivesse sua defesa de realizar transações internacionais com moedas alternativas ao dólar.
Mais tarde, Lula também defendeu o Pix, sistema de pagamentos que virou alvo de investigação comercial dos EUA, e criticou a imposição de barreiras tarifárias unilaterais. “Como a Indonésia, o Brasil se opõe a medidas unilaterais e coercitivas que distorcem o comércio e limitam a integração econômica”, afirmou. (Com agências internacionais)
Se você chegou até aqui é porque tem interesse em jornalismo profissional, responsável e independente. Assim é o jornalismo do UCHO.INFO, que nos últimos 20 anos teve participação importante em momentos decisivos do País. Não temos preferência política ou partidária, apenas um compromisso inviolável com a ética e a verdade dos fatos. Nossas análises políticas, que compõem as matérias jornalísticas, são balizadas e certeiras. Isso é fruto da experiência de décadas do nosso editor em jornalismo político e investigativo. Além disso, nosso time de articulistas é de primeiríssima qualidade. Para seguir adiante e continuar defendendo a democracia, os direitos do cidadão e ajudando o Brasil a mudar, o UCHO.INFO precisa da sua contribuição mensal. Desse modo conseguiremos manter a independência e melhorar cada vez mais a qualidade de um jornalismo que conquistou a confiança e o respeito de muitos. Clique e contribua agora através do PayPal. É rápido e seguro! Nós, do UCHO.INFO, agradecemos por seu apoio.




