Estados Unidos atacam barco pela primeira vez no Oceano Pacífico

O Exército dos Estados Unidos atacou mais uma embarcação supostamente relacionada ao tráfico de drogas, desta vez perto da costa da Colômbia, no Oceano Pacífico. A ação representa uma expansão de suas operações para impedir o tráfico de drogas rumo o território americano, confirmou nesta quarta-feira (22) o secretário de Defesa, Pete Hegseth.

Até então, ataques desse tipo, que começaram a ser executados no início de setembro, só aconteceram no Caribe, onde sete embarcações teriam sido atingidas, causando a morte de pelo menos 32 pessoas.

A ação ocorreu em águas internacionais nesta terça, segundo escreveu Hegseth na plataforma X: “Ontem, por ordem do presidente Trump, o Departamento de Guerra realizou um ataque cinético letal contra uma embarcação operada por uma Organização Terrorista Designada que se dedicava ao tráfico de drogas no Pacífico Oriental”.

O chefe do Pentágono informou que dois supostos “narcoterroristas” morreram na operação. Um vídeo divulgado pelo governo americano mostra o momento em que a munição atinge a lancha, destruindo-a completamente e provocando a morte dos dois tripulantes.

Informações divulgadas pela mídia americana, a exemplo do jornal The New York Times e da rede CBS, situam o ataque próximo à costa da Colômbia, justamente em um momento de tensão nas relações entre Bogotá e Washington.

No último final de semana, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o fim da ajuda financeira à Colômbia por sua suposta inércia na luta contra o narcotráfico.

Em resposta, o presidente colombiano, Gustavo Petro, acusou Trump de ser “grosseiro e ignorante” com o país.

O secretário do recém-batizado Departamento de Guerra advertiu que “não haverá refúgio nem perdão, apenas justiça” para os cartéis de drogas que estão “travando uma guerra” contra os EUA.

Críticas de opositores

As principais rotas de tráfico de drogas rumo aos EUA – principalmente de cocaína – seriam justamente via Oceano Pacífico, além da fronteira com o México, mas não no Caribe, onde ocorreu a maioria dos ataques desde o início das investidas. Já opioides como o fentanil seriam provenientes de países como a China.

Ataques contra embarcações com pessoas que não ofereçam perigo são condenados pelo direito internacional. Neste caso, as ações seriam caracterizadas apenas como assassinatos.

Por isso, sem a certeza de haver legalidade, as operações militares têm sido criticadas por especialistas jurídicos, bem como por opositores de Trump e governantes latino-americanos.

De acordo com a agência de notícias Reuters, especialistas jurídicos questionam o fato de os ataques serem conduzidos pelo Exército, e não pela Guarda Costeira, que é o principal instrumento de fiscalização marítima do país.

Tensões com a Venezuela

Também nesta quarta-feira, o jornal The Washington Post publicou uma reportagem na qual indica que o governo dos EUA está preparando investidas ainda mais severas para derrubar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Na última semana, Trump confirmou que autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, escalando as investidas americanas para pressionar o regime de Maduro.

Na ocasião, o presidente dos EUA também declarou que cogita realizar ataques contra o narcotráfico em território venezuelano, após militares americanos bombardearem várias embarcações suspeitas de tráfico de drogas.

“Não quero dizer exatamente, mas certamente estamos considerando a possibilidade de atacar por terra agora, porque temos o mar sob controle”, respondeu o presidente durante uma coletiva de imprensa no Salão Oval da Casa Branca.

Trump confirmou que autorizou a CIA a fazer operações secretas na Venezuela porque, segundo ele, os líderes do país “esvaziaram suas prisões” para enviar prisioneiros aos Estados Unidos. Ele também citou como justificativa a acusação de que Caracas trafica drogas para o território americano.

Os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel dos Sóis, algo que o governo de Caracas rejeita veementemente e, em contrapartida, denuncia uma campanha de intimidação por parte do governo Trump, que estaria utilizando o tráfico de drogas como pretexto para desestabilizar o regime. (Com agências internacionais)

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