Operação policial: marionete dos governadores de direita, Cláudio Castro de novo muda de opinião

Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) é um arremedo político cujas opiniões mudam ao sabor do vento. Em março passado, Castro afirmou em entrevista ao portal Metrópoles que o Rio de Janeiro não precisava de reforço federal na área de segurança pública. Na ocasião, ele declarou: “Eu não preciso que ninguém entre com polícia nova no Rio. A minha polícia está estruturada”.

Na terça-feira (28), na esteira da desastrada megaoperação policial contra o Comando Vermelho, nos complexos do Alemão e da Penha, o governador fluminense criticou a gestão do presidente Lula, alegando ter sido abandonado pelo governo federal.

Ao perceber os efeitos colaterais das próprias declarações, Castro mudou de opinião e telefonou para a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e pediu desculpas pelas críticas, não sem antes reconhecer que não havia solicitado ajuda do governo federal, algo que só seria viável com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Diante dos estragos provocados pelo recuo de Castro, governadores de direita reuniram-se remotamente com o chefe do Executivo fluminense para tratar da crise provocada pela operação policial que deixou 132 mortos.

Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) disponibilizou tropas do estado para o Rio de Janeiro, com o objetivo de reforçar a segurança, caso necessário.

O encontro virtual foi suficiente para Castro mudar de opinião novamente, afirmando que o enfrentamento ao crime organizado não significa o envio de forças de segurança o Rio de Janeiro. Em suma, contrariou a oferta de Caiado.


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“A gente não vai ficar respondendo nem ministro nem autoridade queira transformar esse momento em uma batalha política. O recado é: Ou soma no combate à criminalidade ou suma!”, disse Castro, que tenta tirar proveito político-eleitoral da operação que ele classificou como “um sucesso”.

“Acabei de sair de uma reunião com diversos governadores, parabenizando a operação. Ontem pode ser o início de um grande processo no Brasil. Temos a convicção que podemos vencer batalhas, mas sozinhos não podemos vencer a guerra, contra o estado paralelo, que a cada dia vem se mostrando mais forte, com poder bélico maior, poderio financeiro mais forte”, declarou Cláudio Castro.

“Aquele que não entender que a segurança pública é o maior problema do Brasil hoje vai se arrepender e pedir perdão à sociedade. É por isso que o Rio de Janeiro sai na frente. Não nos furtaremos a fazer a nossa parte”, disse o governador do Rio de Janeiro.

É importante lembrar que Castro foi contra a PEC da Segurança Pública, que visa a interação das forças de segurança federais e estaduais para combater o crime organizado, sem tirar a competência dos estados no terreno da segurança pública.

Embalado pela covardia, o que explica a ciranda de opiniões, Castro foi transformado em ventríloquo dos governadores de direita, todos interessados em concorrer o Palácio do Planalto em 2026. De tal modo, culpar o governo Lula pela estabanada operação policial é o que restou aos extremistas de direita.

Além disso, apenas um irresponsável é capaz de defender operação policial que transformou em praça de guerra uma região da capital fluminense onde vivem 280 mil pessoas. Vale ressaltar que o combate ao crime organizado se faz com inteligência policial, estratégia e planejamento, jamais com banho de sangue. É impossível não reconhecer que em dado momento a Operação Contenção saiu do controle.

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