
A megaoperação policial que transformou os complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, em praça de guerra e mar de sangue tem sido utilizada como pano de fundo para embates entre o governo do presidente Lula e partidos de oposição que chafurdam na vala do bolsonarismo.
Governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) tentou transferir ao governo federal a responsabilidade pelo resultado da operação, mas a estratégia fracassou. Em poucas horas, Castro protagonizou idas e vindas em relação às críticas à administração Lula, mas foi obrigado a recuar devido ao fato de não ter solicitado ajuda ao governo federal de forma oficial.
Como afirmamos em matérias anteriores, ultrapassou as fronteiras da irresponsabilidade a decisão de enfrentar a facção Comando Vermelho em área que abriga 280 mil moradores.
Não se trata de defender o ilícito, pelo contrário, mas combater o crime organizado com uma ação pontual, como a Operação Contenção, é algo ineficaz, pois o Estado precisa ocupar de forma permanente as regiões que abandonou, deixando o caminho livre para as facções.

Dizer que a Operação Contenção foi “um sucesso”, como fez Cláudio Castro, é subversão da lógica e demonstração da incapacidade do governo do Rio de Janeiro no terreno da segurança pública. Inobstante, a Operação Contenção, em dado momento, saiu do controle.
Considerando que o CV é uma organização criminosa que conquistou espaço na esteira da violência e da crueldade, o vazamento da operação policial mostra que agentes do Estado agem em conluio com os criminosos.
Por outro lado, uma operação policial focada nos líderes do Comando Vermelho não pode matar a esmo os considerados suspeitos, os quais devem ser detidos para averiguação. No caso de confirmação das transgressões legais, a suspeição cede lugar à denúncia, algo que cabe à Justiça decidir se é procedente, sempre à sombra do direito ao devido processo legal e à ampla defesa. Assim funciona o Estado Direito.
Configura escárnio o uso da violenta operação policial como palanque de disputas políticas, ideológicas e eleitorais. O sensacionalismo, de direita ou de esquerda, precisa ser duramente criticado.
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