Jamais o apelido de Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) no Paraná, “Barbie Paraguaia”, fez tanto sentido como agora. O blog “O Antagonista”, dos jornalistas Diogo Mainardi e Mario Sabino, acaba de denunciar mais uma conexão suspeita da senadora petista com o Paraguai. O blog questiona uma brutal e inexplicável diferença de custos na construção de duas linhas de transmissão da Itaipu com as mesmas dimensões e características, mas em anos distintos.
“Uma obra executada em 2011 pode custar o dobro de uma idêntica construída este ano? Se essa obra foi feita pelo governo do PT, sim. E foi exatamente isso o que aconteceu no Paraguai”, diz o blog.
“Trata-se da linha de transmissão de 500kV entre Itaipu e Villa Hayes, executada em 2011 por US$ 170 milhões. Este ano, uma linha idêntica em potência e dimensão será construída entre Ayolas e Villa Hayes por US$ 89,7 milhões”, prossegue.
A seguir, Mainardi e Sabino esclarecem as conexões de Gleisi com o esquema canhestro. “Quem comandava Itaipu era Jorge Samek, indicado pelo casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. A hidrelétrica tinha entre seus conselheiros João Vaccari Neto. O presidente paraguaio era o ex-bispo polígamo Fernando Lugo”.
O caso está fervendo no Paraguai e pode se tornar um escândalo binacional, assim como a Itaipu. “O caso foi denunciado pelo jornal ABC Color e levou a Contraloría General de la República – equivalente à CGU – a abrir uma investigação. Até o presidente Horácio Cartes manifestou-se no Twitter: “Transparencia en primer lugar”.
Gleisi já trabalhou na Hidrelétrica de Itaipu, onde ocupou a diretoria financeira. Sua relação com o companheiro Jorge Samek é tão boa e fraterna que, em 2006, quando pediu para deixar do cargo com o objetivo de disputar (e perder) uma vaga ao Senado, o companheiro diretor brasileiro da usina exonerou-a para que embolsasse o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Quando o escândalo veio à tona, Samek justificou a benesse com o argumento de que “Gleisi é pobre”. Hoje, a senadora paranaense é alvo das operações Lava-Jato e Pixuleco II, por conta de envolvimento com esquemas de corrupção na Petrobras e no Ministério do Planejamento, que à época da maracutaia era comandado por seu marido, o também petista Paulo Bernardo da Silva.
Que a binacional Itaipu é uma “caixa de Pandora” todos sabem, mas o que vem ocorrendo na hidrelétrica desde a chegada do PT ao poder central é um absurdo sem precedentes.
No afã de sufocar notícias contrárias ao partido e ao governo dos camaradas, alguns interlocutores falam em nome da empresa de geração de energia e oferecem polpudas mesadas para que alguns jornalistas mudem a essência das matérias. Em uma das tentativas de calar profissionais da imprensa, a oferta chegou a R$ 200 mil mensais, mas a “companheiradas” ficou a ver navios em meio às Cataratas do Iguaçu.