Dilma Vana Rousseff, a presidente, insiste em afirmar que a crise econômica é um mero momento de “travessia”, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que essa insana viagem, patrocinada pela incompetência oficial, parece não ter fim.
De acordo com o IBGE, a inflação alta e persistente e a deterioração da renda do trabalhador influenciaram o setor de serviços, que em setembro recuou 6,7%, na comparação com o mês imediatamente anterior. Em agosto, o setor registrou retração de 8,2%, enquanto em julho o recuo foi de 1,9%. O resultado do mês de setembro manteve a sequência de variações negativas, iniciada em junho de 2014. O que deixa evidente que Dilma mentiu acintosamente durante a corrida presidencial do ano passado.
Ao longo do ano, a prestação de serviços às famílias recuou 5%, sendo que no acumulado de doze meses a queda foi de 4,5%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE, que revelou queda de 4,8% no volume geral de serviços prestados no País, o maior recuo desde o início da série, em 2012.
O IBGE destaca que em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2014, foi registrada houve redução de 4,3% no rendimento médio real habitual e queda de 6,1% na massa de rendimento médio real habitual dos trabalhadores ocupados, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego.
“Combinado com a variação de preços do item ‘alimentação fora do domicílio’ acima da média global do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro, (a renda e a massa de salários) contribuíram para que o volume dos Serviços prestados às famílias recuasse 6,7%”, ressalta o IBGE.
Com o resultado de setembro, o volume geral de serviços prestados no País acumula queda de 2,8% no ano, ao passo que em doze meses o recuo é de 1,8%. Já a receita bruta nominal ficou estável (0,0%) em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes explica que o recuo de 4,8% no volume de serviços prestados em setembro reforça o agravamento da crise do setor. “Esta é a maior queda da série histórica, e não é algo pontual, porque foi a sexta queda seguida e a oitava do ano”, disse.
De acordo com Bentes, não se pode falar sobre recuperação do setor com atual cenário econômico, que mescla recessão, inflação alta e níveis extremamente baixos de confiança. Sem contar os elevados e crescentes índices de desemprego e a contínua perda do poder de compra do salário do trabalhador.
“Isso dá continuidade a este ciclo negativo da economia, de demissão, diminuição de renda das famílias, queda no consumo, etc. O setor de serviços é o que tem mais potencial para retroalimentar a crise, pois é o maior empregador”, explica o economista da CNC.
Dilma errou de forma gritante na condução da política econômica ao longo do primeiro mandato, mas agora, sem ao menos fazer um mea culpa, quer dividir o ônus com o sempre espoliado contribuinte, que não mais suporta os desacertos de um governo corrupto, paralisado, inepto e perdulário. A presidente da República prometeu cortar gastos, começando pelo corte de pelo menos três mil cargos de confiança, mas essa medida ficou apenas nas calendas palacianas.