Após o abate de um caça russo por militares turcos, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu uma redução das tensões entre Rússia e Turquia.
Obama conversou por telefone nesta quarta-feira (24/11) com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a questão. Ambos os líderes concordaram sobre a necessidade de evitar uma repetição do episódio. Moscou e a coalizão internacional liderada pelos EUA que promove ataques aéreos contra alvos do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) na Síria ainda agem de forma independente no conflito.
O principal impasse para uma união de forças está no fato de a Rússia ser aliada e combater ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto a coalizão internacional apoia grupos da oposição moderada e defende a saída de Assad.
Obama ressaltou ainda que os “Estados Unidos e a OTAN apoiam o direito da Turquia defender sua soberania”. O comunicado da Casa Branca reforça que os líderes buscarão medidas para evitar tais incidentes.
Após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar que o abate do avião militar russo pela Turquia teria “consequências sérias” nas relações entre os dois países, Obama disse que espera que “todos os envolvidos possam recuar e determinar a melhor maneira de atender seus interesses”.
“Avaliação completa e credível”
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, adotou uma postura semelhante à do líder americano e pediu aos dois países “bom senso e prudência”, além de expressar a preocupação de que o incidente possa prejudicar as negociações internacionais sobre o conflito sírio.
“Isso pode significar não somente um retrocesso, mas também a destruição do fio de esperança que acabamos de construir”, reforçou Steinmeier, ao pedir que ambos os países dialoguem para diminuir as tensões.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também pediu medidas urgentes para acalmar as tensões e exigiu uma “avaliação completa e credível” sobre o incidente.
“Ele exige que todos que estão envolvidos em atividades militares na Síria, principalmente ataques aéreos, maximizem medidas operacionais para evitar consequências indesejadas”, afirmou Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.
O abate do caça é o incidente mais sério envolvendo militares russos desde que Moscou deu início a bombardeios na Síria em apoio a Assad, no final de setembro.