Lula classifica atitude de Delcídio como “coisa de imbecil” e mostra ser pior que o senador preso pela PF

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Arrogante e presunçoso como qualquer pessoa que faz da crença na impunidade a cartilha do cotidiano, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, agora um bem sucedido lobista (sic) de empreiteira, voltou a abusar do seu conhecido “non sense” para criticar a lambança cometida por Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado Federal e preso na última quarta-feira (25) pela PF, no rastro da Operação Lava-Jato.

Durante almoço na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na quinta-feira (26), Lula não escondeu sua irritação e classificou como “coisa de imbecil” o comportamento de Delcídio, preso na quarta-feira sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato. Em conversas com “companheiros” mais próximos, o lobista não se conteve e emendou: “Que loucura, que idiota!”.

Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e tão soberbo quanto a estrela maior da legenda, Rui Falcão, que participou do rega-bofe sindical, afirmou são distintas as situações do ex-tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e do senador Delcídio do Amaral, ambos presos na esteira da Operação Lava-Jato, que desmontou o esquema de corrupção que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras.

Perguntado sobre o motivo de não prestar solidariedade ao senador petista, ao contrário do que fez em relação ao ex-tesoureiro, Falcão afirmou: “Existe uma diferença clara entre atividade partidária e não partidária”.

Alegando perplexidade diante dos fatos que levaram o STF a ordenar a prisão do senador, Rui Facão disse que as tratativas atribuídas a Delcídio “não têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado”. Na avaliação da cúpula petista, Vaccari agiu em nome do partido, o que Delcídio não fez. Traduzindo, na opinião de Falcão o “companheiro” corrupto é merecedor de solidariedade desde que sua atuação criminosa seja em prol do partido. Do contrário, a execração e o abandono são o cardápio do dia.

Para piorar a situação, momentos antes de o plenário do Senado decidir sobre a prisão de Delcídio Amaral, o PT divulgou nota em que deixou clara a decisão de abandono. No documento, Falcão afirma que o partido “não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade”. Como se não bastasse, o PT já pensa em expulsar Delcídio Amaral, enquanto poupa o pedófilo da Casa Civil, Eduardo Gaievski, condenado a mais de cem anos de prisão por estupro de vulneráveis (menores de 14 anos). A tese de expulsar Delcídio é defendida pelo presidente do diretório paulista do PT, Emídio de Souza.

A decisão de lançar Delcídio Amaral aos leões pode ser uma estratégia equivocada, mesmo sabendo da necessidade de “vender” à opinião pública a falsa ideia do “mea culpa”. O enigma nesse cenário está na possibilidade de Delcídio, ao sentir-se só, optar pela delação premiada. Nesse caso os atuais inquilinos do Palácio do Planalto teriam de reforçar o estoque de ansiolíticos, pois a tensão alcançaria o patamar mais alto possível. Afinal, o senador preso é pessoa da confiança da presidente Dilma Rousseff, com quem despachava frequentemente e às portas fechadas.

A chance de Delcídio aderir à delação premiada não deve ser descartada por uma razão técnica, pelo menos por enquanto. Considerando que sua prisão foi decidida pelos cinco ministros que integram a 2ª Turma do STF, um eventual pedido de habeas corpus, mesmo que levado a julgamento em plenário, seria negado com considerável facilidade. Até porque, repetido o entendimento unânime dos ministros da 2ª Turma, bastaria apenas mais um voto para que o senador passasse longa temporada atrás das grades.

De tal modo, é importante destacar que não há melhor fator de convencimento para aderir-se à delação premiada do que a oportunidade de contemplar o despontar do astro-rei de forma geometricamente distinta. Em outras palavras, o popular sol quadrado é o fio de esperança do delator, também conhecido como alcaguete.

Em relação a Lula, o lobista da Odebrecht, no quesito de imbecis, loucos e idiotas o petista é mestre, devendo ser premiado pelas mais renomadas instituições do planeta, que até agora lhe concederam, de forma equivocada, um punhado de títulos de “doutor honoris causa”. A não ser que aqueles que o premiaram viram no petista-mor um monumento à corrupção no Brasil. Contudo, não pode existir imbecilidade maior do que abandonar à beira do caminho um comparsa de crimes. As histórias de grupos mafiosos mostram que essa não é a melhor receita. Aliás, está mais para atitude de idiota.

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