Agência de publicidade ligada a Gleisi cresceu 94% com contratos com estatais investigadas na Lava-Jato

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Mais um escândalo tenebroso envolvendo a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR). A denúncia é do jornal “Diário de S. Paulo” e envolve uma agência de propaganda e contratos milionários com a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.

“Uma agência de publicidade de Curitiba (PR), que possui contratos milionários com empresas do governo, está na mira da Operação Lava Jato. A força-tarefa que investiga os desvios bilionários na Petrobras procura comprovar que o crescimento de 94% nos valores dos contratos da Heads Propaganda com empresas da União só aconteceu porque ela fazia parte do esquema”, destaca o jornal.

A empresa tem vínculos com a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), segundo denúncia formulada pelo ex-deputado petista André Vargas, relembra o jornal:

“No ano passado, o deputado cassado André Vargas (PT) relacionou o presidente da Heads, Claudio Loureiro, a Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Ele é ex-ministro dos governos Lula e Dilma e ela, senadora. Ambos são casados e filiados ao PT. A agência já foi relacionada, mais de uma vez, na imprensa, com petistas”.

A trajetória de prosperidade da Heads tem relação direta com contratos firmados com empresas investigadas na Operação Lava-Jato, afirma o Diário de S. Paulo:

“Do total de R$ 138 milhões em contratos no ano de 2010, a Heads fechou 2014 com contas que chegavam a R$ 722 milhões. Entre os cliente estão justamente a Petrobras e a Caixa Econômica Federal”.

A ligação de Gleisi com a Heads já havia sido denunciada pela revista Época em maio deste ano, relembra o Jornal:

“Em maio deste ano, a “Época” informou que a agência seria a próxima a entrar no alvo dos procuradores e policiais federais. Isso porque o ex-diretor-geral de outra agência, a Borghi Lowe, foi acusado de destinar 10% dos valor dos contratos de publicidade da Caixa para empresas de fachada de Vargas e do irmão dele, Leon. O executivo é Ricardo Hoffmann, primo de Gleisi. Ele está preso em Curitiba. André Vargas perdeu o mandato em dezembro de 2014 e também está detido desde abril”.

Segundo o Diário de S. Paulo, os contratos da Heads teriam sido obtidos a partir de ações ilícitas:

“Para a Polícia Federal, a Heads teria usado do mesmo artifício (propinas) para conseguir contratos milionários com a Caixa (R$ 560 milhões divididos entre três agências) e a Petrobras (R$ 330 milhões, também divididos com outras duas empresas). A Heads possui ainda contas com duas empresas envolvidas no escândalo de corrupção apurado pela Lava Jato: a Sete Brasil e a Andrade Gutierrez. Nos últimos anos, a Heads, juntamente com a Borghi e outras duas agências dividiram contrato de R$ 1 bilhão da Caixa. A lista de clientes não para por aí. No governo federal a Helds prestou serviço também para o Ministério do Trabalho e para a Embrapa”.

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