Nesta segunda-feira (30), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de dois novos inquéritos no âmbito da Operação Lava-Jato. Os parlamentares deverão ser investigados pelas práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em um deles, a PGR quer investigar três conhecidas “raposas” da política nacional: o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA). No outro, pede apurações sobre Renan, Jader e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE).
As peças são mantidas em segredo de justiça no STF e têm como fundamento duas petições ocultas. Procedimentos ocultos, na Lava-Jato, têm sido usados para abrigar delações premiadas ainda mantidas em sigilo no Tribunal.
Trata-se da quinta investigação em que Renan Calheiros é alvo na Lava-Jato e o quarto inquérito de Aníbal Ferreira Gomes. Ambos aparecem juntos em todas as investigações, incluindo a apuração sobre formação de quadrilha, que investiga 39 pessoas.
O primeiro inquérito contra Delcídio Amaral foi aberto na última semana, quando o ministro Teori Zavascki, do Supremo, autorizou a prisão preventiva do petista por tentativa de obstruir as investigações.
Dentre os relacionados, somente o senador paraense Jader Barbalho ainda não havia sido incluído em qualquer investigação da Operação Lava-Jato. É importante destacar que na última quarta-feira (25), por ocasião da sessão especial do Senado que decidiu sobre a manutenção da prisão do ex-líder do governo na Casa, Jader Barbalho (foto em destaque na home) fez um discurso moralista, como se o próprio passado não o condenasse.
Com os novos inquéritos, o total de apurações no Supremo Tribunal Federal relativas à participação de políticos no esquema de corrupção que funcionou durante uma década na Petrobras sobe de 33 para 35. Se os inquéritos forem abertos pelo relator da Lava-Jato no STF, a lista de investigados também cresce para 68 investigados, sendo 14 senadores.
Uma das delações homologadas é a do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Em delação premiada, Baiano citou os nomes de Renan, Jader, Delcídio e do ex-ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, ao narrar suposto recebimento de US$ 6 milhões em propinas na contratação do navio sonda Petrobras 10.000, em 2006.
Fernando Baiano, que é apontado como operador de propinas do PMDB no Petrolão, também afirmou em delação que Delcídio teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da obsoleta e superfatura refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.