Confirmando notícias divulgadas pelo UCHO.INFO na última semana, após a prisão do banqueiro André Esteves, o BTG Pactual vendeu parte dos ativos e remodelou a direção da instituição. Esteves, que foi preso pela Polícia Federal na mesma operação que mandou à prisão o senador Delcídio Amaral (PT-MS), deixou o bloco de controle do grupo, sendo que o comando da instituição agora está a cargo dos sócios Marcelo Kalim, Roberto Balls Sallouti, Pérsio Arida, Antonio Carlos Canto Porto Filho (conhecido como Totó), James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme da Costa Paes. Os sócios formam o grupo Top Seven Partners.
A mudança ocorreu na esteira de uma troca de ações entre André Esteves e o Top Seven Partners. De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a alteração no comando do BTG depende de aprovação do Banco Central.
No último domingo (29), quando a prisão de Esteves foi comutada de temporária para preventiva, a pedido da Procuradoria-Geral da República, anunciou-se a saída do banqueiro da presidência do BTG Pactual, assim como sua renúncia ao cargo de presidente do conselho de administração do banco.
A medida era esperada, já que em jogo estava a credibilidade do BTG. Com a decisão, a gestão da instituição passou a ser dividida entre Roberto Balls Sallouti e Marcelo Kalim, diretores vice-presidentes seniores do BTG. Por outro lado, a presidência do Conselho de Administração do ficará sob a responsabilidade de Pérsio Arida, sócio e fundador do banco.
Com a prisão de André Esteves modificada para preventiva, o banqueiro também foi obrigado renunciar ao cargo que ocupava no conselho de administração da BM&FBovespa. Por enquanto nenhum nome foi indicado para substituir Esteves no conselho da BM&FBovespa.
Também ratificando notícia deste portal, o BTG Pactual, que passou o final de semana negociando a venda de ativos, desfez-se da participação na Rede D’Or São Luiz S.A. O fundo soberano de Cingapura, o CIG, já sócio da rede, comprou a participação do BTG por R$ 2,38 bilhões. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o BTG Pactual informa que a concretização do negócio depende da aprovação da autoridade concorrencial.
Com essa medida, o BTG mostra ao mercado financeiro sua liquidez, minimizando os rumores de que enfrentaria dificuldades para honrar compromissos. Com aproximadamente R$ 40 bilhões em caixa, na última semana, o banco tem fôlego financeiro para quitar compromissos até o começo de 2016, o que não é pouco em tempos de crise. Fora isso, a instituição ainda dispões de outros ativos, os quais poderão ser vendidos em caso de necessidade de caixa.