Na última segunda-feira (22), o casal de bilionários Bill e Melinda Gates anunciou que pretende doar mais verbas para pesquisas no combate ao vírus da zika. Bill é cofundador da Microsoft.
A fundação gerida pelo casal, que ajudou a bancar as pesquisas com mosquitos transgênicos para combate ao Aedes aegypti, declara que investirá também em pesquisas para a criação de diagnósticos e vacinas contra a doença.
“Nós nos envolvemos profundamente com o ebola, e já estamos nos envolvendo profundamente com o Zika”, ressaltou Melinda, durante entrevista concedida pelo casal. “Estamos tentando reunir os melhores cientistas e o que há de melhor, com os CDC [Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA] e a OMS [Organização Mundial da Saúde]”.
A Fundação Bill e Melinda Gates é hoje a organização filantrópica mais rica do planeta, e costuma ajudar na pesquisa de doenças negligenciadas. Em 2014, a organização doou quase US$ 4 bilhões para pesquisa, e ainda tem US$ 43,5 bilhões em seus fundos, segundo o último balanço divulgado.
De acordo com Bill Gates, o casal só não empenhou mais dinheiro contra o zika até agora porque a zika “pegou de surpresa”. A Fundação ainda não anunciou quanto pretende doar para o combate à doença.
“É outra tragédia, e novas tecnologias médicas podem ajudar, mas elas nunca surgem da noite para o dia, como gostaríamos”, disse ele. “O mundo, depois da tragédia do ebola, está se organizando muito mais rápido dessa vez, incluindo os cientistas”.
Conforme Bill Gates, a melhor maneira de lidar com a crise é aniquilando mosquitos que transmitem a doença. “Há algumas coisas em que a fundação investiu por muito tempo. Uma delas é como mudar os mosquitos para não carregarem vírus ou alterá-los para que suas populações se reduzam drasticamente”, afirmou. “São tecnologias nas quais estávamos trabalhando para nos livra da dengue e da malária”.
Um dos programas da Fundação Bill e Melinda Gates ajudou a bancar parte das pesquisas iniciais realizadas pela Oxitec, empresa que hoje faz testes com mosquitos transgênicos estéreis para reduzirem a população de Aedes aegypti no Brasil.