Triplex praiano: MP de São Paulo ignora chicanas e denuncia Lula por lavagem de dinheiro

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O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça, nesta quarta-feira (9), – por crime de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

A denúncia tem por base as investigações sobre o polêmico apartamento triplex em Guarujá, cuja construção foi iniciada pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) e finalizada pela construtora OAS, investigada na Operação Lava-Jato por participação no maior escândalo de corrupção da História, o Petrolão.

O MP paulista denunciou ao todo dezesseis pessoas, entre elas, o agora lobista palestrante Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva e um dos filhos do casal, Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, que de acordo com as investigações são os verdadeiros donos do imóvel. Exceto o ex-presidente e a ex-primeira-dama, os demais foram denunciados por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, estelionato e organização criminosa.

Os promotores suspeitam que a OAS tenha reservado o triplex praiano para o ex-presidente Lula, que teria adquirido o imóvel com a condição de o mesmo continuar em nome da empreiteira, até segunda ordem. O MP paulista ouviu pelo menos cem pessoas ao longo das investigações, como moradores e funcionários do edifício Solaris.


Como sempre acontece quando Lula encontra-se em apuros, as justificativas são apresentadas pelo instituto que leva o nome do petista. Nesse caso, o Instituto Lula, em nota divulgada no dia 31 de janeiro, negou que o ex-presidente seja dono do apartamento, mas detentor de cota de um projeto da Bancoop, já falida e que teve como presidentes os petistas Ricardo Berzoini e João Vaccari Neto, este último preso na Operação Lava-Jato.

Na nota, o instituto afirma que a família Lula da Silva adquiriu a cota por R$ 179.650,80, devidamente declarada à Receita Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral.

“Marisa Letícia tornou-se associada à Bancoop e adquiriu uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico, na praia de Astúrias, em Guarujá, balneário de classe média no litoral de São Paulo”, destaca a nota. Com a entrada da OAS na finalização da obra, o empreendimento passou a se chamar Solaris.

“Quando o empreendimento Mar Cantábrico foi incorporado pela OAS e passou a se chamar Solaris, os pagamentos foram suspensos, porque Marisa Letícia deixou de receber boletos da Bancoop e não aderiu ao contrato com a nova incorporadora”, afirma o Instituto Lula, que também está na alça de mira da Lava-Jato.

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