Como se as questões relacionadas à crise que chacoalha o País fossem desprezíveis, a presidente Dilma Rousseff, com a ajuda de assessores, tem olhos apenas para a operação palaciana desencadeada para salvar o seu mandato. Faltando poucas horas para a convenção do PMDB que decidirá se a legenda deixa ou não o governo mais corrupto da história política nacional, a presidente da República reuniu-se na manhã desta segunda-feira (28) com ministros peemedebistas, no afã de tentar comprometer o encontro da legenda.
A ideia é fazer com que a convenção do PMDB não conte com a presença de políticos que o Palácio do Planalto considera importantes e de peso, como Renan Calheiros, José Sarney e Eduardo Braga. Creditar a esse trio qualquer dose de importância é atropelar o bom senso, em especial no momento em que a opinião pública não mais suporta o banditismo político que emana da Praça dos Três Poderes.
Em segundo plano está a estratégia de mostrar aos brasileiros a falsa sensação de que, apensar da ruptura com o PMDB, o governo conta com o apoio dos principais caciques da legenda comandada pelo vice-presidente da República, Michel Temer.
A preocupação maior de Dilma, a essa altura dos acontecimentos, não está focada apenas na saída do PMDB, mas nos efeitos colaterais que essa decisão pode provocar no meio político, principalmente na chamada base aliada, que está cada vez mais esgarçada. Conforme apurou o UCHO.INFO, o próximo partido a deixar a base de apoio, depois do PMDB, é o PP, que reúne-se nesta segunda-feira para decidir sobre o tema.
A grande questão que permeia essa tentativa desesperada de Dilma de salvar o próprio mandato é que, mesmo com a distribuição de cargos no governo, poucos políticos devem aderir a causa tão perigosa em ano de eleições municipais. É fato que são distintas esferas de poder, mas nenhum candidato ousará subir em um palanque eleitoral carregando a pecha de apoiador do corrupto governo do PT.
Os brasileiros de bem não podem aceitar tal manobra, pois o Brasil continuará à deriva e à sombra devastadora da corrupção. Afinal, o governo pretende oferecer os cargos atualmente ocupados pelo PMDB – são aproximadamente 500 cargos – ao PP, PSD e PR. Se isso acontecer, o País estará diante de mais um golpe perpetrado por aqueles que o condenam diuturnamente, tendo como mola propulsora o processo legal de impedimento da presidente da República.