A militância anti-impeachment de Roberto Requião está sendo bastante lucrativa para o senador paranaense. Enquanto participativa de seminário promovido pelo ministro Gilmar Mendes (STF), em Lisboa, o diretor jurídico de Itaipu binacional, Cezar Eduardo Ziliotto, recebeu um indesejado telefonema do Brasil. O interlocutor comunicou que ele seria exonerado do cargo. No seu lugar, assume Luiz Fernando Delazari, assessor jurídico do senador Roberto Requião (PMDB).
A alegria do senador ao emplacar tantas pessoas em cargos altamente bem remunerados no governo Dilma Rousseff tem um pequeno problema. Requião agora está empenhado na missão que busca fazer o filho Maurício Requião, que é deputado estadual pelo PMDB do Paraná, prefeito de Curitiba. A maioria absoluta da população do Estado é rigorosamente antipetista e não perdoa quem está operando para salvar a incompetente Dilma Vana Rousseff, figura que Requião insiste em defender.
Roberto Requião deve indicar os ocupantes das outras três diretorias: Administrativa, Financeira e Coordenação, atualmente ocupadas por Edésio Passos (PT), Margaret Groff (PT) e Nelton Friedrich (PV). Edésio Passos se aposentará na binacional por problemas de saúde. Margaret e Friedrich serão dispensados. “A Itaipu é de Requião”, sentenciou um petista próximo ao Palácio do Planalto.
No momento em que o Brasil precisa dar uma guinada para enfrentar a crise econômica e debelar a barafunda que se instalou na política nacional, que cada vez mais tem escândalos de corrupção, Dilma alimenta o fisiologismo partidário e insiste no loteamento do governo, sempre alegando que se trata de presidencialismo de coalizão.
É importante lembrar que por ser uma empresa binacional, a hidrelétrica de Itaipu não se submete ao crivo do Tribunal de Contas da União (TCU), o que faz da geradora de energia uma catapulta de corrupção e outros crimes. Do caixa de Itaipu sai muito dinheiro para comprar o silêncio canhestro de alguns profissionais de comunicação, os quais aceitam a imposição de abster-se de críticas ao governo ou de elogiá-lo de forma irresponsável.
No caso de Dilma sobreviver ao processo de impeachment, que deve ser votado em plenário na próxima semana, o Brasil mergulhará em uma crise jamais vista, com o risco de dentro de alguns meses a situação econômica do País se aproximar perigosamente da bancarrota. Enquanto isso, Lula, o verdadeiro dono do governo, continua negociando nos bastidores para barrar o impeachment da sucessora.
O escambo criminoso tem sido marcado por oferta de cargos e liberação de recursos públicos para obras nos redutos eleitorais dos abduzidos, mas em alguns casos vem ocorrendo pagamento em dinheiro vivo. Não se sabe se essa última operação tem se dado com a participação direta do Palácio do Planalto, mas de algum lugar o dinheiro imundo sai.