Vereadora que tem Requião seminu no protetor de tela provoca renúncia na Câmara de Curitiba

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Noêmia Rocha, vereadora pelo PMDB curitibano, dedica ao senador Roberto Requião (PMDB) uma devoção que ultrapassa as fronteiras do ridículo. Durante a votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO), em 2015, Noêmia retirou-se da bancada e deixou o computador aberto, revelando como protetor de tela o ídolo Requião, sem camisa, mostrando seus abundantes e decadentes peitorais. A idolatria da vereadora pelo senador, quase octogenário, virou “meme” na internet.

Na última semana, Noêmia recebeu um telefonema do guru político, o próprio Roberto Requião, ordenando para não votar a favor do projeto que previa o título de cidadão honorário para o juiz Sérgio Moro, que expôs a corrupção nos governos dos petistas Lula e Dilma Rousseff. Noêmia reza pela Cartilha de Puebla, incensada por Requião, e abandonou o plenário no momento da votação. A manobra de Requião foi derrotada e Moro ganhou o título de Cidadão Curitibano.

Rapapés políticos à parte, agora a vereadora está envolvida em outra questão polêmica: fraude em votação na Câmara Municipal de Curitiba. O vereador Valdemir Soares (PRB) afirmou na última terça-feira (5) que renunciará ao mandato, após ser flagrado pelas câmeras do Legislativo votando no lugar da vereadora Noêmia Rocha, a tiete de Requião. Valdemir postou um vídeo em seu perfil no Facebook afirmando que apresentará sua carta de renúncia à Casa.

“Nós estaremos apresentando nesta quarta-feira a carta de renúncia, abrindo mão do mandato. Fazemos isso em respeito às pessoas que nos colocaram aqui, em respeito à minha verdade, em respeito ao sangramento que está acontecendo através de matérias, através de ações políticas“, disse o vereador no vídeo.


A própria Noêmia, causadora da desgraça do colega, já foi flagrada tocando piano. Ela tentou votar por outro parlamentar durante votação que abonava falta de professores municipais em greves ocorridas nos últimos três anos em Curitiba. O ato foi igualmente flagrado pelas câmaras internas do Palácio Rio Branco. A vereadora negou que tenha votado por outra pessoa e contou com a cumplicidade do colega Rogério Campos (PSC) para escapar do comitê de ética.

O fanatismo por Requião é tão grande e descontrolado, que Noêmia colocava no pano de fundo do computador pessoal uma imagem do senador em cima de uma moto e sem camisa, foto tirada na Granja do Canguiri, no tempo em que o peemedebista era governador do Paraná.

O processo de fraude pode estar acontecendo há muito tempo, possivelmente desde a mudança do sistema de votação. Anteriormente, a votação era em tempo real, possibilitando que os presentes fiscalizassem os votos. Com a nova modalidade de votação o painel fica fechado por um minuto, mas ligado, e os votos são contabilizados apenas ao final.

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