Os rendimentos mensais do grupo “Estado Islâmico” (EI) caíram 30% nos últimos quinze meses, devido principalmente ao baixo preço do petróleo e à perda de território, afirmou nesta segunda-feira (18) a empresa de consultoria americana IHS.
A IHS Conflitc Monitor, braço da consultoria americana que monitora as atividades financeiras do grupo extremista, estimou que os recursos mensais caíram para US$ 56 milhões. Em meados de 2015, o “Estado Islâmico” tinha renda mensal média de 80 milhões de dólares.
A produção de petróleo nas refinarias controladas pelo “EI” caiu de cerca de 33 mil para em torno de 21 mil barris por dia. De acordo com o analista Ludovico Carlino, a queda se deve aos ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria e no Iraque e, em menor medida, aos da Rússia.
Apesar dos bombardeios, as jazidas continuam a operar, o que evidencia a capacidade dos extremistas de reparar as estruturas e mantê-las funcionando, comentou a IHS.
Carlino destaca que, mesmo com a queda na produção de barris, não houve um aumento dos preços do petróleo negociados nos mercados negros da Síria e do Iraque. “Isso reflete o interesse prioritário que o EI tem de vender rápido para gerar caixa”, explicou.
De acordo com a IHS, 50% dos recursos dos extremistas vêm de impostos e confiscos, 43% do petróleo e o restante do tráfico de drogas, da venda de eletricidade e de donativos. “O Estado Islâmico ainda é uma potência na região, mas a queda nos recursos é significativa”, afirmou o especialista.
A perda de territórios ocupados e a evasão de moradores também diminuiu em 23% a arrecadação de impostos. Segundo a IHS, o “EI’ perdeu 22% do seu território nos últimos 15 meses. A população nas áreas dominadas pelo grupo caiu de 9 milhões para 6 milhões.
Os pesquisadores relatam que o grupo tem criado novos impostos, como taxas para a instalação de antenas de satélite, e cobrado mais multas, por exemplo, por dirigir pelo lado errado da estrada ou não responder corretamente a perguntas sobre o Alcorão, para conseguir novas fontes de recursos.
Os jihadistas também passaram a aceitar pagamentos para substituir o castigo corporal conhecido como “hudud”, previsto no Alcorão e de grande importância para o “EI”. Segundo os pesquisadores, esse “é um forte indicador das dificuldades econômicas que o grupo enfrenta”.