A Justiça da Suíça ampliou as investigações contra políticos brasileiros, ex-executivos da Petrobras e offshores do grupo Odebrecht. O governo local solicitou a cooperação de vários países, como Panamá, Holanda e Liechtenstein, para apurar o destino de milhões de dólares identificados nas contas de bancos suíços.
Entre os beneficiados estaria o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que no Conselho de Ética da casa é alvo de processo por ter mentido sobre contas bancárias no exterior. No caso de Cunha, o foco é a companhia Penbur Holdings, administrada pela consultoria panamenha Mossack Fonseca, que teve milhares arquivos vazados recentemente, colocando em situação de dificuldade muitos dos seus clientes.
Em documentos revelados pelos “Panama Papers”, o nome do banqueiro suíço David Muino é citado como a pessoa que atuaria para administrar parte da estrutura do parlamentar peemedebista.
Acontece que Cunha não é o único brasileiro nesse rol “fora da lei”. Do total, 57 nomes envolvidos na Operação Lava-Jato apareceram nos “Panama Papers”, com a abertura de 107 sociedades offshore.
As companhias teriam relações com os grupos empresariais Odebrecht, Schahin e Queiroz Galvão, entre outros. Na lista aparecem nomes como o e Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, preso na Lava-Jato e agora delator do Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.
Pessoas próximas ao processo em Brasília confirmam que os suíços já haviam informado o Ministério Público brasileiro.
De acordo com a imprensa suíça, cerca de uma centena de advogados de Genebra, Zurique e Lugano está envolvida na defesa dos suspeitos, entre eles Eduardo Cunha, para evitar que os dados sejam transmitidos ao Brasil.