(*) Ucho Haddad –
O mundo está a reboque de uma teimosa lufada esquerdista, sem que os inconformados esbocem qualquer tipo de reação. A pasmaceira oposicionista não significa que há uma plena concordância da sociedade global em relação às mudanças ideológicas e políticas, pois todo esse movimento leva aos mais facinorosos modelos ditatoriais. E a história, ao longo do tempo, já se encarregou de comprovar tal teoria.
Quando o finado papa João Paulo II decidiu reduzir a perda de fiéis com uma irresponsável visita a Cuba, aconteceu naquele momento a inauguração de um processo de relançamento mundial do comunismo a partir da América Latina, maior porção terrena do catolicismo. Com o avanço da concorrência de outras correntes religiosas, principalmente das pentecostais, a Santa Sé se viu na obrigação de virar o jogo. Mas o fez de maneira inocente, mesmo que a Praça São Pedro não seja endereço de tolos.
Conhecido durante décadas como um anti-Cristo, o ditador cubano foi convencido pelas facções “marqueteiras” do esquerdismo moderno a adotar uma postura mais flexível diante da Igreja Católica, permitindo que o polonês Carol Wojtyla visitasse a mais folclórica ditadura planetária. Para que o plano não caísse em desgraça junto à opinião pública, Fidel Castro, mentor dos principais ditadores da esquerda latina, aquietou-se na ilha caribenha à espera do momento certo para colocar seu mirabolante plano em ação. Para tal o caudilho cubano escolheu como sua marionete principal ninguém menos que Hugo Chávez, que para fazer uso da fama que conquistaria foi obrigado a despejar muitos “petrodolares” venezuelanos nos cofres oficiais de Havana.
De lá para cá, muitas foram as ações da nova esquerda mundial, algumas das quais com viés circense, como os insultos de Chávez ao então presidente George W. Bush, classificado pelo venezuelano, mesmo que de forma transversa, como lúcifer. Não se trata de defender as sandices de Bush, o filho, mas relações diplomáticas, mesmo que assim não sejam totalmente, são conduzidas de maneira diferente. Enquanto os contrários ao movimento renascido em Cuba gargalhavam com o “chistes” de Chávez, do leito hospitalar o moribundo comandante Fidel deu continuidade à sua empreitada.
O passo seguinte foi abduzir o “índio-cocalero” Evo Morales, presidente da Bolívia, que foi guindado à condição de executor das ordens disparadas a partir de Havana e Caracas. O capítulo posterior dessa epopéia “gauche” contou com o envio de dinheiro do caixa 2 bolivariano para a campanha de Cristina de Kirchner, presidente da Argentina. E a versão mambembe de Evita caiu na rede da malandragem política comandada por Castro e Chávez.
Com o cenário político latino-americano quase dominando, comprometer o salto alto de Luiz Inácio Lula da Silva era a parte mais complexa do mirabolante plano. Líder político do quinhão latino das Américas, o metalúrgico Lula desde que chegou ao poder não tem sido fiel à cartilha castrista. Vez por outra o mandatário brasileiro inclui em suas viagens um “pit stop” ideológico em Havana, mas nada que possa ser classificado como uma prestação de contas ou, então, uma visita para recebimento de ordens. As idas de Lula à capital da ditadura caribenha não passam de sessões de beija-mão socialista, apenas para cumprimento de tabela.
Para que o reinado político de Lula fosse contaminado de maneira lenta e quase imperceptível, Hugo Chávez foi escalado por Cuba para despejar boas quantias de dinheiro nas mais diversas facções do Movimento dos Sem Terra. Como se isso não bastasse, Chávez acertou com o governo brasileiro a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, mas até agora não desembolsou um centavo sequer para custear as despesas da obra que até então tem sido regiamente financiada pela Petrobras. Esse conjunto de “pequenas” ações faz com que internamente Lula da Silva sofra pequenos desgastes junto aos habitantes dessa “xavantina” chamada Brasil. Cenário ideal para que os ortodoxos de esquerda entrem em ação.
Enquanto a esquerda latina dá conta do recado, em outros rincões do planeta o plano de relançar o comunismo tem sido cumprido à risca. Até antes do advento da crise financeira global, todo esse movimento político-ideológico não passava de um bem sucedido balão de ensaio. Com a economia mundial chacoalhando por conta das ousadias financeiras de Wall Street, os chefões do plano arregaçaram as mangas, aproveitando uma suposta, porém ainda não confirmada, fragilidade conceitual dos Estados Unidos.
Se por um lado a crise permitiu aos ideólogos de plantão resgatar o discurso de que o modelo ianque é obsoleto, a preocupação com os efeitos da turbulência financeira mundial abriu uma brecha para que a esquerda agisse de maneira silenciosa e ousada. O exemplo mais recente e evidente tem a Coréia do Norte como palco. O governo local, comunista como nunca, realizou testes nucleares nos últimos dias, numa clara provocação à comunidade internacional. Esse evento mereceu espaço em todos os veículos de comunicação, mas há outros tantos que a mídia simplesmente ignora. E se analisados pela ótica dos efeitos, são muito mais nocivos a curto prazo do que os testes norte-coreanos.
O Irã, comandado pelo ortodoxo Mahmoud Ahmadinejad, foi transformado em plataforma avançada do plano de Fidel e Chávez, para que os ianques e seus aduladores no Oriente Médio pudessem sentir o calor da irresponsabilidade ditatorial que aflora no comunismo repaginado e “modernoso”.
Voltando ao berço da loucura ideológica, a Venezuela do candidato a ditador Hugo Chávez tem criado sérias dificuldades à Maçonaria, que não é de hoje enfrenta a truculência de um governo que se vende como democrático. Em Caracas, uma das sedes da Maçonaria foi alvo de atentado terrorista, sem que nenhum culpado fosse preso pelas autoridades policiais. Ou seja, ditadura à “la carte”. Recentemente, para participar de um evento internacional um grupo de maçons venezuelanos foi obrigado a deixar o país sob a égide da inverdade. O destino e o objetivo da viagem foram suprimidos das informações repassadas às autoridades aeroportuárias.
Um pouco mais ao sul, precisamente na Bolívia do índio-fantoche Evo Morales, um graduado integrante da Maçonaria foi assassinado. Lá, como na Venezuela, a Maçonaria é vista equivocadamente como um braço pensante da direita. Aqui no Brasil, a Maçonaria, inquieta, assiste com preocupação os desmandos de Lula da Silva e sua turma.
Com boa dose de certeza surgirão os estafetas do esquerdismo para lembrar que a Maçonaria, que não é a porta do paraíso, se envolveu de maneira criminosa com o Vaticano no escândalo que teve o Banco Ambrosiano no cerne do entrevero. Mas é preciso lembrar que em qualquer segmento da sociedade há joio e trigo. E cabe aos homens de bem a responsabilidade de separar um do outro.
O governo do presidente Lula da Silva tem se esforçado para confundir a opinião pública com informações desencontradas e mentirosas, como se os conceitos ditatoriais da esquerda fossem a salvação da humanidade, mas a sociedade não pode cair nessa esparrela que tem como base o “Decálogo” de Vladimir Ilie Ulianov, dito Lênin.
Igualmente não carrego procuração para defender a Maçonaria e seus integrantes, como discordo com muitos de seus dogmas templários. Contundo, é impossível endossar qualquer ato de selvageria utilizado como forma de abrir atalhos para a reinstalação de modelos ditatoriais, sejam eles de esquerda ou de direita.
Com o devido respeito que os maçons merecem, o bode está na sala!