Mais de mil migrantes morreram na última semana tentando chegar à União Europeia (UE) por meio da travessia do Mar Mediterrâneo, afirmou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta terça-feira (31).
A maioria dos migrantes estava em embarcações precárias que partiram da Líbia e naufragaram durante o percurso. De acordo com a OIM, em nove ocorrências registradas desde 25 de maio, 62 mortes foram confirmadas e outras 971 pessoas estão desaparecidas. As informações foram baseadas nos relatos de sobreviventes.
Essa é a segunda semana mais mortal desde janeiro de 2014, quando mil pessoas morrerem durante a travessia, disse o porta-voz da OIM Joel Millman. Em abril do ano passado, 1.244 migrantes morreram em apenas uma semana.
Já nos cálculos da agência da ONU para Refugiados (Acnur), pelo menos 880 pessoas morreram no Mediterrâneo na última semana. A agência, porém, admitiu que o número pode ser maior.
O porta-voz da Acnur William Spindler ressaltou que este ano é particularmente mortal, com mais de 2,5 mil mortes em naufrágios comparadas com as cerca de 1,8 mil registradas no mesmo período do ano passado.
“No momento, os traficantes estão colocando pessoas em barcos inadequados e, em muitos casos, não apropriados para fazer a travessia. Assim, logo após a partida da costa, eles ligam pedindo resgate. É uma corrida contra o tempo para chegar ao local antes de essas embarcações afundarem e, em algumas ocasiões, o resgate chega muito tarde”, disse Spindler.
Algumas embarcações que partem da Líbia carregam mais 600 pessoas a bordo. “Precisamos combater os traficantes, mas não adianta fazer apenas isso, sem oferecer alternativas às pessoas. Muitas pessoas fazem essa travessia perigosa porque elas não têm escolha”, ressaltou.
Somente em maio, cerca de 19 mil migrantes chegaram à Itália. Apesar do aumento em relação a abril, o número ainda é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 21,2 mil pessoas alcançaram o país através do Mar Mediterrâneo.
Segundo a Acnur, aproximadamente 200 mil migrantes alcançaram a União Europeia via Mediterrâneo neste ano. Entre eles, quase 47 mil desembarcaram na Itália. (Com agências internacionais)