Chumbo trocado –
O ministro do Meio Ambiente, Carlos “Colete” Minc, que criticou ontem a imprensa e teria chamado de “vigaristas” os médios e grandes produtores rurais, terá que ir até a Comissão especial que analisa a crise no agronegócio, na Câmara dos Deputados. Na sessão realizada ontem não faltaram críticas ao ministro, que estaria dificultando a atividade agrícola, segundo o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR). “Temos um excesso de pirotecnia desse ministro da praia do Leme”. Já o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que foi convidado pelos ruralistas a participar da reunião, foi muito elogiado.
“O senhor tem sido muito corajoso”, disparou o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), que acredita que “a nossa crise é o problema ambiental; é o descompasso com a produção”. A observação foi acompanhada pelos deputados Marcos Montes (DEM-MG) e Valdir Colatto (PMDB-SC). A rigidez da política ambiental para a Amazônia é um risco à segurança alimentar, acredita Colatto.
Não é de hoje que os ministros Minc e Stephanes andam se estranhando. Tanta divergência obrigou o presidente-metalúrgico a chamá-los em palácio. A conversa, pelo jeito, não resultou em armistício. Carlos “Colete” Minc disparou sua metralhadora contra a política agrícola em ato da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar. À tarde, Stephanes rebateu o colega e garantiu: “Apenas 6% da área do País é ocupado pela produção de grãos. Então, não pode ser o agronegócio o responsável pelo desmatamento”. Para o ministro da Agricultura, “há absoluta falta de conhecimento da realidade ou uma agressão irresponsável”.