Mais de 25 mil pessoas foram às ruas de Curitiba neste domingo (31), em uma das maiores manifestações contra o PT, de todas agendadas pelo País. Como se fosse uma espécie de carnaval cívico (o carnaval tradicional notoriamente não faz muito sucesso na cidade), a população da capital paranaense concentrou-se na Praça Santos Andrade e caminhou atrás da bandeira de 50 metros da Operação Lava-Jato e do movimento “Mais Brasil Eu Acredito”, como se o estandarte fosse um trio elétrico.
A bandeira gigante tornou-se um símbolo curitibano da luta contra a corrupção. A passagem da bandeira, que tem as cores da nacional e a inscrição “Viva a Lava Jato”, foi provocando novas adesões à passeata durante todo o trajeto pelo centro da cidade.
O movimento do dia 31 de julho – que chegou a provocar dúvidas e desistências da parte de alguns movimentos pró-impeachment, que não acreditaram que atrairia um número significativo de pessoas – acabou sendo um sucesso maior que o esperado. Especialmente em Curitiba, cidade que sedia a Lava-Jato e onde atua o juiz federal Sérgio Moro. É em Curitiba, também, onde está presa boa parte dos corruptos identificados pela maior operação contra a corrupção da história nacional.
O Partido dos Trabalhadores tentou, como fez em outras cidades, promover uma manifestação em Curitiba em favor de Dilma e do PT. Os resultados foram pífios. A marcha petista na capital paranaense, considerada a cidade mais antipetista do Brasil, não conseguiu arrebanhar mais que 250 pessoas.
“O recado das ruas de Curitiba é claro. O brasileiro continua mobilizado e não se acomodou. Ele quer o impeachment, a prisão dos corruptos, especialmente a de Lula, e está disposto, se for necessário, a voltar às ruas para defender a Lava-Jato”, diz Rafaela Pilagallo, porta-voz do “Mais Brasil”.
As manifestações em Curitiba transcorreram sem incidentes e em clima de alto astral. Exceção, um tanto cômica, foi a da atriz Letícia Sabatella, fã de Dilma e beneficiária conhecida da Lei Rouanet, que tentou tumultuar a manifestação contra o PT gritando que os manifestantes antipetistas eram “golpistas”.
A atriz saindo debaixo de vaia e escoltada pela Polícia Militar, que temia que ela pudesse ser agredida. Sabatella, que é paranaense, saiu incólume, mas disse o que quis e ouviu o que não queria. Ela aproveitou para se vingar depois postando insultos grosseiros (“turba ensandecida”, “fascistas”, por exemplo) contra os manifestantes antipetistas no Facebook.