A grave crise que afeta a economia brasileira é preocupante e sem perspectiva de melhora no curto prazo. Confirmando o que antecipou o UCHO.INFO, meses atrás, o brasileiro só sentirá um certo alívio na economia em meados de 2018. Até lá, o País será marcado por incertezas, apesar das medidas que estão sendo adotadas pelo governo interino de Michel temer (PMDB) e da expectativa positiva do mercado.
Enquanto todos os setores da economia andam de lado, analistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central, revisaram para cima a projeção no âmbito da taxa básica de juro, a Selic. De acordo com os especialistas, a Selic para o final de 2016 saltou de 13,25% para 13,50%, menos de um ponto percentual dos 14,25% atuais.
Isso mostra que apesar da recessão que impera na economia há dois anos, a inflação continua dando sinais de resistência. Algo incomum em um cenário de desaceleração do consumo, mas que encontra explicação na incapacidade do governo de investir e na volúpia oficial em gastar.
Segundo o Boletim Focus, do BC, os economistas mantiveram a previsão para a inflação deste ano em 7,21%, mas reduziram a 5,20% a projeção para 2017. Qualquer sinal de arrefecimento da inflação, mesmo que acanhado, depende da aprovação das medidas econômicas enviadas pelo governo federal ao Congresso, que por enquanto ainda não tirou do discurso a anunciada disposição de votar as matérias. A principal medida e a que limita o reajuste dos gastos ao índice inflacionário do ano anterior, mas os políticos, no momento, só têm olhos para as eleições municipais.
No caso de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrar o ano no patamar de 7,21%, pelo segundo ano seguido o indicador ficará acima do teto da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%. Em 2015, a inflação ficou em 10,67%.
Em relação a 2017, a estimativa dos analistas do mercado é de inflação abaixo do limite máximo estipulado pelo BC – 4,5% (centro da meta) mais 1,5 ponto percentual da margem de erro. A projeção recuou pela quinta semana consecutiva, passando de 5,29% para 5,20%.
No campo do desempenho da economia, os economistas reduziram de forma mínima a expectativa de encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB), que caiu de 3,27% para 3,24%. No contraponto, para 2017 a projeção mercado, pela segunda vez seguida, é de crescimento do PIB na casa de 1,10%. Até o final do próximo ano há muito tempo pela frente e o governo precisa fazer a lição de casa, sem se deixar pressionar por políticos inescrupulosos que fazem do Parlamento um imundo e covarde balcão de negócios.
No mercado de câmbio as previsões também são de queda do dólar frente ao real. A cotação prevista para o fim de dezembro deste ano passou de R$ 3,34 para R$ 3,30. Em relação ao final de 2017, o valor foi mantido em R$ 3,50.