A pena de 43 anos de prisão imposta ao vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva pelo juiz da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, é a maior da Operação Lava-Jato – é o dobro da pena de José Dirceu.
Ex-presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro foi condenado na quarta-feira (3) por corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço a investigações, evasão de divisas e organização criminosa. Outras 12 pessoas foram condenadas na ação penal que investiga crimes cometidos na construção da usina nuclear de Angra 3.
Acusado pelo Ministério Público Federal de cobrar propina em contratos com as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix, Othon foi um dos alvos da Operação Radioatividade, 16ª fase da Operação Lava-Jato, que mirou irregularidades em contratos no setor elétrico.
Preso em julho do ano passado, o ex-presidente da Eletronuclear foi para o regime aberto em dezembro, mas voltou a ser preso em julho no rastro da Operação Pripyat, acusado de ainda influenciar em decisões importantes na Eletronuclear.
“O condenado abriu mão de sua honrada história para praticar, já na fase derradeira de sua vida profissional, atos de lavagem de capitais, falseando contratos comerciais, possivelmente para garantir uma aposentadoria mais confortável”, destacou o juiz na sentença.
“Othon Luiz utilizou ilicitamente sua notoriedade profissional e importância do cargo, fato que considero altamente reprovável”, completou o magistrado.
A propina foi paga à empresa Aratec, controlada pelo vice-almirante e por sua filha, Ana Cristina da Silva Toniolo, condenada no mesmo processo a 14 anos e 10 meses de prisão em regime fechado. As investigações identificaram pelo menos R$ 4,5 milhões em conta bancária da Aratec.
De acordo com o que prevê a legislação militar, Othon Pinheiro deve perder o posto e também a patente. Resta saber se a Marinha do Brasil cumprirá o que manda a lei ou nós, brasileiros de bem e pagadores de impostos, seremos obrigados a bancar o salário de mais um larápio.