EUA e Rússia não chegam a acordo para cessar-fogo na Síria; conflito já dura cinco anos

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Na segunda-feira (5), as negociações entre Estados Unidos e Rússia para conseguir um cessar-fogo que permita a entrada de mais ajuda humanitária na Síria fracassaram novamente. A reunião entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, aconteceu em Hangzhou, na China, onde se reuniram os líderes do G20, que congrega as principais economias do planeta.

De acordo com um oficial sênior do Departamento de Estado dos EUA, o encontro terminou sem acordo e as diferenças entre os dois países permanecem. Em seguida, os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin reuniram-se por mais de uma hora em Hangzhou, mas o encontro também terminou sem acordo sobre a Síria, que está em guerra civil desde 2011.

Em rápida declaração após o encontro, Obama disse que o motivo do fracasso nas negociações é a “falta de confiança”. Putin, por sua vez, mostrou-se mais otimista e afirmou que as posições de Moscou e Washington “se aproximaram, contrariando todas as previsões”. “Estamos no caminho certo”, declarou o governante russo, acrescentando que um acordo sobre a Síria pode ser alcançado “dentro de poucos dias”.


No final de agosto, a Rússia propôs um cessar-fogo de 48h em Aleppo, uma das principais cidades sírias, que está sob assédio das forças de Bashar al Assad. Contudo, a Casa Branca defende um pacto mais amplo e por mais tempo. Essa não é a única diferença que as duas potências precisarão resolver se quiserem chegar em breve a um acordo que garanta uma trégua aos sírios.

Para o ditador Bashar alAssad, que conta com o apoio de Moscou, todos os rebeldes são terroristas, inclusive os grupos sustentados pelos Estados Unidos. Putin não é tão radical, mas sua posição ficou mais dura nos últimos tempos, denunciando “sobreposições” entre milícias apoiadas por Washington e organizações jihadistas.

Não obstante, a Rússia quer que uma eventual transição política na Síria, depois de encerrada a sanguinária guerra civil, tenha a participação de Assad. Porém, Obama coloca a saída do ditador sírio como condição primeira para o fim da guerra civil. Também há denúncias de que Assad teria retomado o uso de armas químicas, assunto que Moscou evita comentar.

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