A eleição para a prefeitura da maior cidade brasileira, São Paulo, não está definida, mas o Partido dos Trabalhadores já destila desculpas para uma eventual vitória do candidato João Doria (PSDB) no primeiro turno, como antecipam alguns institutos de pesquisa. Tão logo as urnas foram fechadas, às 17 horas, as pesquisas de boca de urna apontavam o tucano Doria na liderança com 48% dos votos válidos, seguido do petista Fernando Haddad, que tenta a reeleição, com 20%.
Com o avanço das apurações, com pouco mais de 37% das urnas apuradas, o instituto Datafolha informou que João Doria venceria no primeiro turno. Foi o suficiente para que os petistas, que já consideravam essa possibilidade, começassem a lançar teorias para explicar o inexplicável.
A cúpula do partido informou que uma eventual ida de Haddad para o segundo turno seria um ato heroico, mas essa tese não foi abraça pela extensa maioria dos companheiros. Isso porque o PT já admitia a vitória do candidato tucano.
O formato do último debate entre os candidatos, realizado pela TV Globo, foi uma das desculpas dos petistas, para quem a blindagem em torno de Doria e a preocupação do partido com o candidato Celso Russomanno (PRB) deram vantagem ao tucano. A outra desculpa é que as investigações da Operação Lava-Jato e as recentes prisões, em especial de petistas, prejudicaram a legenda na corrida ao trono paulistano.
O mais interessante nessa epopeia eleitoral é que os petistas não conseguem reconhecer a participação direta e maiúscula do partido no maior esquema de corrupção da história da humanidade, o Petrolão, assim como tem dificuldade para admitir que a gestão de Fernando Haddad foi uma tragédia, ora marcada pela incompetência devastadora, ora incensada por denúncias de obras superfaturadas, como, por exemplo, as das ciclovias.
No caso de a vitória de João Doria ser confirmada no primeiro turno – no fechamento desta matéria (19h18) o tucano liderava com 53,28% dos votos válidos, com 63,76% das urnas apuradas –, como antecipou o UCHO.INFO no sábado (1), o PT terá dificuldades ainda maiores para tentar ressurgir da lama da corrupção e das entranhas da governança desastrada.