Após fazer enorme barulho diante de uma doação eleitoral no valor de R$ 75 milhões, realizada por beneficiário do programa “Bolsa Família”, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admitiu nesta terça-feira que a informação estava errada, sendo o valor real da doação de R$ 75. O tribunal informou que o erro partiu da própria candidata ao digitar os valores na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral.
A candidata Maria Geni do Nascimento (PDT) concorreu à Câmara Municipal de Santa Cruz da Baixa Verde, cidade de 12 mil habitantes do sertão pernambucano. A pedetista participou da eleição com o nome de Geni, mas fracassou nas urnas.
Agricultora e beneficiária do “Bolsa Família”, Maria Geni apenas um doação, no valor de R$ 75, do estudante universitário Pedro Henrique da Silva. Ela obteve apenas 13 votos e ficou 55ª lugar, entre 68 candidatos.
No sítio eletrônico da Justiça Eleitoral, que não havia sido atualizado até o começo da noite desta terça-feira, o nome da candidata aparece ao lado de doação no valor de R$ 75.000.844,36. Há na prestação de contas de Maria Geni do Nascimento inúmeros erros de digitação. Por exemplo, os cinco últimos dígitos são exatamente os números finais do CPF do doador.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Pernambuco, de acordo com informação divulgada pelo Jornal do Commercio, constatou que Geni atrapalhou-se no momento de fazer o registro da contabilidade da campanha de no sistema do TSE. A retificação do erro só pode ser feita pelo candidato.
O suposto escândalo surgiu no sexto cruzamento de dados feito pelo TCU e entregue ao Tribunal Superior Eleitoral. Segundo a assessoria do TSE, os nomes dos envolvidos não foram divulgados para não atrapalhar as investigações. Os casos suspeitos foram encaminhados ao Ministério Público Eleitoral (MPE) e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS).