Nesta segunda-feira (24), a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que 31 torcedores do Corinthians foram autuados pela briga no Estádio Mário Filho, o Maracanã, ocorrida no domingo durante partida contra o Flamengo, válida pelo Campeonato Brasileiro. Os torcedores serão apresentados à Justiça para audiência de custódia. Outros onze torcedores assinarão Termo Circunstanciado e serão liberados. Do total de 64 detidos, já 22 foram liberados.
De acordo com a polícia fluminense, os torcedores autuados em flagrante responderão por crimes de lesão corporal, dano qualificado, resistência qualificada, por promover tumulto em eventos esportivos e associação criminosa.
A confusão teve início, dentro do Maracanã, cerca de 30 minutos antes de começar a partida com o rubro-negro carioca. Policiais militares foram agredidos. As imagens do circuito interno do estádio foram analisadas pela polícia na tentativa de identificar os possíveis suspeitos envolvidos no ato de selvageria explícita. Muitos cobriram os rostos com a camisa para dificultar a identificação.
Por cerca de três horas após a partida, a PM reteve toda a torcida corintiana – à exceção de mulheres e crianças, que foram liberadas. Sessenta e quatro torcedores passaram a noite na Cidade da Polícia.
Em nota oficial, o Corinthians condenou a atitude da Polícia Militar no Maracanã e denunciou agressão aos torcedores do clube. “Esta ação covarde e despreparada da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é mais um triste episódio. A barbaridade cometida esta noite precisa ser avaliada pelas autoridades públicas competentes, a fim de que as pertinentes punições não se restrinjam aos torcedores envolvidos na briga”, destacou.
A reclamação do clube é referente ao tratamento dado a todos os outros torcedores que não tinham relação com a “pancadaria” e foram obrigados a permanecer horas nas arquibancadas à espera de identificação dos agressores. Todos os homens tiveram de tirar a camisa para que a PM pudesse identificar as pessoas que brigaram com os policiais.
O Corinthians passa por uma crise interna preocupante e sair em defesa de vândalos é no mínimo temerário. Enquanto os clubes de futebol não romperem os vínculos com as torcidas organizadas, verdadeiras reuniões de desocupados que se dedicam ao crime, os estádios não contarão com o torcedor de fato, que têm no esporte um misto de lazer e paixão.
Muito além das acertadas medidas adotadas pela polícia fluminense, é preciso identificar quem está por trás dessa onda de desestabilização que chacoalha a administração do alvinegro paulistano. Há uma inconteste briga pelo poder no Corinthians e nessa queda de braços vale tudo e mais um pouco. Inclusive o uso das torcidas organizadas para criar tumulto e prejudicar o clube.
Confira abaixo a nota oficial do clube:
“Lamentável agressão a torcedores no Maracanã
O Sport Club Corinthians Paulista repudia a atitude covarde tomada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro após o jogo da tarde deste domingo (23) contra a equipe do Flamengo.
A fim de capturar 40 torcedores que supostamente se envolveram em briga com policiais, a PM aprisionou 3 mil torcedores do Corinthians no Estádio do Maracanã, fez com que todos eles tirassem a camisa e está liberando a saída de cinco em cinco pessoas.
É inaceitável que uma briga aconteça dentro do estádio entre alguns torcedores e a Polícia e a mesma não tenha capacidade de prender em flagrante os envolvidos, fazendo com que todos os outros corinthianos que lá estejam sejam agredidos como cidadãos.
A segurança dentro dos estádios já não está boa há muito tempo. Esta ação covarde e despreparada da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é mais um triste episódio. A barbaridade cometida esta noite precisa ser avaliada pelas autoridades públicas competentes, a fim de que as pertinentes punições não se restrinjam aos torcedores envolvidos na briga.
O Corinthians exige uma atitude urgente do Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro para punir o descalabro perpetrado esta tarde por policiais militares no estádio do Maracanã.”