Os efeitos colaterais das estripulias políticas e do envolvimento no Petrolão têm marcado o cotidiano da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que não mais experimenta a popularidade de outrora. No início de novembro, o Instituto Paraná Pesquisas ouviu 1.418 eleitores no estado homônimo e quis saber em quem a população votaria para o Senado Federal, se a eleição fosse hoje.
Ré na Operação Lava-Jato e denunciada por oito delatores de ter recebido propina no âmbito do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, Gleisi Hoffmann teria apenas 8,9% das intenções de voto. Ou seja, a chance da petista de se reeleger como senadora é considerada remotíssima. Para quem um dia sonhou em substituir Dilma Rousseff no principal gabinete do Palácio do Planalto, a situação de Gleisi é no mínimo decadente.
Caso não queira abandonar a cena parlamentar – o que abriria a chance de recolher-se a um dos centros espirituais da Bhrama Kumaris, seita indiana da qual é seguidora fervorosa – Gleisi terá como saída uma incursão política muito mais modesta, o que a obrigaria a reduzir drasticamente o “salto alto”.
Em seis anos de atuação desastrosa (chegou a nomear um pedófilo para cuidar das políticas do governo federal para crianças e adolescentes, quando ocupou a Casa Civil de Dilma Rousseff), a senadora Gleisi Hoffmann perdeu 2,2 milhões de votos, conforme levantamento do Instituto Paraná Pesquisas divulgado na última terça-feira (8).
Em 2010, Gleisi arrebatou 3.1916.468 votos (29,5% dos 10,8 milhões de votos válidos) em sua campanha ao Senado Federal, sendo a mais votada entre 12 candidatos. Na atual pesquisa, Gleisi aparece com 8,9% das intenções de voto e ocupa apenas a oitava posição entre nove candidatos. A situação de Gleisi tende a se agravar à medida que novas revelações no âmbito da Lava-Jato acabem de incinerar o “seu filme” junto ao eleitor paranaense.
O Mensalão do PT, o Petrolão e as investigações da Operação Lava-Jato sobre as doações ocultas em sua campanha de 2010, levaram a derrocada de Gleisi e do petismo no atual momento político.
Os desvios descobertos no Ministério do Planejamento, quando o marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, ocupava a pasta, também pesaram na má avaliação da petista. Bernardo chegou a ser preso na esteira da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal, por suspeita de chefiar um esquema criminoso que surrupiou R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram aos empréstimos consignados.
Com esses números nada favoráveis, resta a Gleisi tentar uma vaga na Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa do Paraná. Isso se não afundar ainda mais na Justiça, já que é ré no STF por corrupção e lavagem de dinheiro e alvo de várias delações dos investigados pela Lava-Jato.