Não é preciso dose extra de raciocínio para perceber que é uma estrondosa falácia o discurso messiânico do PT, de que “nunca antes na história deste país” um partido fez tanto pela parcela mais desassistida da população brasileira. O estrago patrocinado no âmbito da economia nacional foi tamanho, que tirar o País do atoleiro da crise é um desafio sem precedentes.
O cenário de terra arrasada começa a se materializar no vácuo do colapso do sistema carcerário, que atualmente abriga aproximadamente 600 mil presos. A evolução do número de presos demonstra de forma clara e inequívoca que a política econômica adotada pelos governos petistas foi de tal forma devastadora, que para sobreviver o cidadão acabou escorregando da linha da dignidade social para os subterrâneos do crime. Situação que sepulta de vez o mantra petista de fazer mais a quem precisa.
O melhor exemplo desse estrago está no valor do salário mínimo, que desde 1º de janeiro deste ano vale R$ 937. No contraponto, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fixou como salário mínimo ideal para dezembro de 2016 o valor de R$ 3.856,23. Isso significa que, sob a ótica do Dieese, o salário mínimo atual representa 24,29% da remuneração mínima ideal. Ou seja, com o salário mínimo o trabalhador consegue viver dignamente apenas durante uma semana.
Com esse cenário, falar em recuperação da economia é algo tão irresponsável quanto tentar convencer uma criança de que Papai Noel existe e que as crianças chegam à vida no bico de uma cegonha. Em suma, apostar no fim da crise no curto prazo é querer ser enganado.
Há nesse quadro de caos crescente um detalhe que não pode ser ignorado. Quando o salário mínimo vigente é pouco para quem ganha e muito para quem paga, é porque há na economia muito mais ingredientes errados do que imaginam os incautos brasileiros.
Nessa toada do caos, o Estado, como um todo, fica sem condições de retomar os investimentos básicos necessários, pois o salário do trabalhador impede o consumo, mesmo que acanhado, comprometendo a arrecadação de impostos.
Sem investimentos oficiais em educação, saúde e segurança, o Brasil está fadado a conviver diuturnamente com uma crise múltipla e sem fim, inclusive com direito ao acirramento da criminalidade na maioria das cidades do País. Nenhuma medida ortodoxa resolverá o problema, mas é preciso que a população volte às ruas para cobrar mudanças e em ritmo acelerado. Enquanto isso, a classe política está preocupada apenas com as eleições de 2018. Até lá, o brasileiro que trate de se virar.