Que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos e dublê de imperador do Universo, é boçal mais da metade do planeta sabe, mas é preciso acompanhar amiúde os rompantes de alguém que não aceita ser contrariado.
Trump, que acredita ser o todo-poderoso apenas porque trocou a 5ª Avenida, em Nova York, pelo número 1600 da Avenida Pennsylvania, protagonizou mais uma ópera bufa ao usar o termo “suposto juiz” para referir-se ao magistrado federal que anulou, em todo o território norte-americano, os efeitos do veto migratório que impede cidadãos de sete países majoritariamente muçulmanos – Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen – de ingressarem nos EUA por um período de noventa dias. Fora isso, o republicano proibiu por tempo indeterminado o ingresso de refugiados sírios.
O juiz federal James Robart, de em Seattle, suspendeu na sexta-feira (3), em caráter liminar, a ordem executiva de Donald que trata de vetos migratórios. A decisão do juiz responde a ação aberta pelo estado de Washington no Ttribunal Federal de Seattle, que ma sequência conquistou o apoio de Minnesota.
O secretário da Justiça de Washington, Bob Ferguson, explicou que “a decisão paralisa a ordem executiva imediatamente” e disse esperar que o governo cumpra a determinação judicial. “A lei é uma coisa poderosa. É capaz de responsabilizar a todos, e isso inclui o presidente da República”, afirmou Ferguson.
Durante a semana, Donald Ferguson condenou o veto imposto por Trump, afirmando que o mesmo prejudica os residentes norte-americanos de forma significativa e abre um largo espaço para a discriminação.
Trump, que sofre de histrionismo irreversível, portanto precisa de absurdos para estar em voga, mais uma vez abusou do devaneio ao afirmar, em seu perfil no Twitter, que a decisão do “suposto juiz é ridícula e será anulada”.
“A opinião desse suposto juiz, que essencialmente leva a aplicação da lei longe de nosso país, é ridícula e será anulada”, finalizou o fanfarrão, que insiste em usar as redes sociais como vexilo de aluguel e faz da assinatura de decretos um reality show de quinta. E não custa ressaltar que na rede mundial de computadores sobram covardes travestidos de corajosos de ocasião.
“Quando um país não é mais capaz de dizer quem pode e quem não pode entrar e sair, especialmente por questões de segurança, é um grande problema”, escreveu Trump. Não satisfeito, o peralvilho ianque foi além: “Interessante que alguns países do Oriente Médio concordaram com o veto. Eles sabem que certas pessoas permitem a morte e destruição”.
Difícil é imaginar que a maior potência do planeta está nas mãos de um finório contumaz que usa a própria ignomínia como sabre da moralidade derradeira.