O vice-almirante Robert S. Harward (à esquerda na foto), indicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para assumir o cargo de assessor de Segurança Nacional, em substituição ao abusado e mitômano Michael Flynn (foi obrigado a pedir demissão no início desta semana), rejeitou, na quinta-feira (16), o convite do governo norte-americano alegando questões pessoais.
Em comunicado, Harward alegou estar impossibilitado de assumir o cargo, uma vez que o trabalho exige “24 horas por dia, sete dias por semana, de concentração e comprometimento para que seja bem feito. Nesse momento, não posso assumir este compromisso”.
Entretanto, líderes republicanos citados pela emissora de notícias CNN, sob condição de anonimato, afirmaram que Harward rejeitou o cargo ao saber que não poderia formar sua própria equipe, como havia solicitado, e que as linhas de comando não estavam claras. Motivos semelhantes foram divulgados pelo jornal “The Washington Post”.
Contudo, expondo as entranhas do estabanado governo Trump, um amigo do vice-almirante disse à CNN que Harward considera “caótica” a forma como funciona atualmente a Casa Branca, motivo também citado pelo jornal “The New York Times”.
Robert Howard, porém, afirmou à agência Associated Press que o governo teria sido “bastante acolhedor às minhas necessidades, tanto profissionais quanto pessoais”. “Foi uma questão estritamente pessoal”, disse. “Encontro-me em posição singular de, após 40 anos nas Forças Armadas, poder desfrutar de tempo para assuntos pessoais”, completou.
Ao ser questionado se teria pedido para compor sua própria equipe no Conselho de Segurança Nacional, ele disse apenas que “isso é algo que o presidente deve tratar”.
Harward era o favorito de Donald Trump para suceder Flynn, que renunciou na última segunda-feira (13) após a confirmação de que mentiu para o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e outras autoridades do governo sobre o conteúdo de seus contatos com o embaixador russo em Washington.
Autoridades norte-americanas afirmaram no início da semana que os dois outros candidatos ao cargo seriam o general reformado David Petraeus e o assessor interino de Segurança Nacional, Keith Kellogg. Petraeus renunciou como diretor da CIA em 2012, após ser acusado de fornecer informações confidenciais à sua biógrafa, com quem mantinha um caso amoroso.
Howard sabe da importância da confidencialidade das informações que cercaram o convite para assumir o cargo, por isso foi evasivo nas respostas, mas é inimaginável que um oficial militar, com destacada trajetória nas Forças Armadas dos EUA, tenha alegado questões pessoais para não integrar a equipe do governo mais trapalhão da história norte-americana.
A questão é que as recentes baixas no governo Trump, em menos de um mês, assim como as recusas aos convites feitos pelo presidente, mostram que a Casa Branca não vive os melhores momentos. Até porque, poucos são os que arriscam colocar os próprios currículos à mercê das decisões estapafúrdias do magnata bufão, que continua acreditando ser simples governar a maior potência global, como fez com o seu decadente cassino que foi à bancarrota. (Com agências internacionais)