Muito além do que imagina a extensa maioria dos brasileiros, o estrago produzido pelo Partido dos Trabalhadores na economia nacional é inédito na história do País, além de ser devastador e de difícil recuperação. Diferentemente do que vem afirmando o ex-presidente Lula em suas investidas suicidas para ressurgir na cena política, ressuscitar a economia não é algo tão simples quanto o discurso fácil e visguento do malandro-mor do Petrolão, que tenta passar por vítima.
Durante protesto contra a reforma da Previdência, na Avenida Paulista (São Paulo), na quarta-feira (15), o petista afirmou diante de ensandecida claque de aluguel que a questão previdenciária pode ser facilmente solucionada com o reaquecimento da economia. Lula é um alarife experimentado que sabe jogar com as palavras quando está em cima de um palanque, mas o PT deixou ao País um cenário de terra arrasada.
O nó que se formou na economia é tão difícil de ser desatado, que o Brasil agora experimenta o conceito do dito popular “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. A equipe econômica do governo de Michel Temer vem tentando aprovar medidas de estimulo à economia, mas políticos corruptos flagrados pela Operação Lava-Jato não querem aprovar medidas impopulares, com receio de a peçonha dos eleitores inviabilizar seus respectivos projetos de reeleição. Isso porque os ditos representantes do povo precisam manter o foro privilegiado para continuar apostando na lentidão do Supremo Tribunal Federal (STF) como atalho rumo à impunidade.
Gostem ou não os brasileiros, a reforma da Previdência é algo mais do que necessário, quase obrigatório para quem reza pela cartilha do amanhã. Se nada for feito agora no âmbito da Previdência Social, dentro de 13 anos, mais precisamente em 2030, 60% do orçamento do governo federal será destinado ao pagamento de aposentadorias e pensões. Ou seja, o Brasil caminha a passos largos e rápidos na direção da bancarrota.
Antes de qualquer chiadeira, é preciso reconhecer a necessidade de se garantir o pagamento dos benefícios àqueles que já estão aposentados, assim como viabilizar os benefícios aos que se aposentarão nos próximos anos. Algum sacrifício precisa ser feito imediatamente, mesmo que isso custe mais alguns anos de contribuição, além do tempo previsto nas regras atuais.
A esquerda, sempre bandoleira e raivosa, não desistirá de pegar carona na proposta de reforma da Previdência para engrossar o discurso contra os adversários políticos, que continuam sendo rotulados como golpistas. Sabem que patrocinaram a maior lambança de todos os tempos na economia do País, mas apresentam-se como Messias contemporâneo para eventualmente retornar ao poder.
A questão é muito simples e exige algumas doses de crença na aritmética. Por conta da preocupante crise econômica, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vem caindo nos últimos meses, com previsão de continuidade do recuo. Isso é fruto não de medidas econômicas adotadas pelo governo, mas da forte queda no consumo e da perda do poder de compra dos salários. Em outras palavras, se a economia verde-loura não está a caminhar para trás, por certo está se movimentando apenas no sentido horizontal, no melhor estilo “dança do siri”.
O problema maior, que os míopes de plantão preferem não ver, é que a Emenda Constitucional 95 (resultante da PEC do Teto de Gastos) limita o reajuste dos gastos do governo à inflação oficial do ano anterior. Com a inflação em curva de queda, o reajuste do orçamento do governo federal será cada vez menor. E essa limitação de reajuste é válida por vinte anos, algo necessário para recolocar o País nos trilhos.
Alguém há de dizer que o ajuste fiscal poderia ser deixado para depois, mas sem essa medida o Brasil já teria ido pelos ares. Se com o anúncio do ajuste fiscal está difícil captar investimentos estrangeiros, sem o controle das contas estaríamos diante da tragédia anunciada.
Há uma forma não tão simples e não tão imediata de solucionar parcialmente o problema: o corte de gastos por parte do governo. Acontece que a redução drástica dos gastos paralisa a máquina estatal e inviabiliza a economia, que, é bom lembrar, há muito não vive os melhores momentos. Sem contar que redução de gastos em um país extenso e complexo como o Brasil não é tarefa tão corriqueira quanto acionar o interruptor da luz da sala.
A herança maldita deixada pelo PT é típica de filme de terror, ao contrário do que balbuciam os “companheiros” e seus sequazes. A economia afunda cada vez mais o atoleiro da crise, sem que apareça à beira da vala um trator para resgatá-la.
Lula pode usar sua voz rascante e sua fala insana para movimentar a massa ignara, mas no momento atual o Brasil precisa de inteligência, lógica, coerência, bom senso, disposição para acertar, dedicação, patriotismo e outros ingredientes mais. O grande perigo em um cenário como esse é o surgimento de um novo salvador da pátria, talvez da Humanidade. Enfim, que o Criador ouça as nossas preces e salve-nos do pior.