A defesa do ex-presidente perdeu o viço, já não exibe a pompa e a circunstância de outrora, quando o petista dizia-se alvo de perseguição política e de caçada judicial. Das viagens a Nova York e Genebra, os advogados do responsável pelo período mais corrupto da história nacional estão às voltas com um sítio em Atibaia. Ou seja, os criminalistas do ex-metalúrgico já viveram dias melhores e de glória.
Confirmando as muitas matérias do UCHO.INFO, o petista-mor corre o sério risco de ter a primeira condenação no âmbito da Operação Lava-Jato por causa do malfadado Sítio Santa Bárbara, que Lula nega ser o verdadeiro dono, mas apenas usufrutuário. Segundo o ex-presidente, a propriedade pertence aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna Filho, sócios de Lulinha.
Há dias, com a divulgação do depoimento de Alexandrino de Alencar, ex-executivo da Odebrecht e um dos delatores da Lava-Jato, o escândalo envolvendo o tal sítio colocou Lula no caminho da condenação. Afinal, Alencar disse às autoridades que a empreiteira foi responsável pela reforma na propriedade rural.
Presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial baiano, Emílio Odebrecht afirmou, em depoimento de delação premiada, que o pedido para a reforma do sítio partiu da então primeira-dama Marisa Letícia, que desejava fazer uma surpresa para o marido, em 15 de janeiro de 2011. O pedido foi feito a Alexandrino Alencar, durante cerimônia oficial no Palácio do Planalto, no período em que Lula ainda estava no cargo.
O engenheiro Emyr Costa, ex-diretor da Odebrecht, foi escalado para comandar a obra no Sítio Santa Bárbara, tendo recebido de chofre, em dinheiro vivo, R$ 500 mil da empreiteira para custear as despesas da reforma no imóvel onde Lula, segundo informações, passaria todos os finais de semana após deixar a Presidência da República.
Emyr declarou em depoimento que durante a execução da obra atendeu a todos os pedidos feitos por Marisa Letícia, como a construção de aposentos para os seguranças presidenciais, guarita, edícula, piscina, sauna, lago e outras edificações. O engenheiro também afirmou que separava semanalmente R$ 100 mil em espécie, valor que era repassado a um segurança de Lula de nome Aurélio, que acompanhava a obra in loco e providenciava a compra de materiais necessários à reforma.
Sem titubear sem eu depoimento, Emyr Costa revelou que o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, exigiu que a obra fosse oficializada por meio de um contrato fictício entre Fernando Bittar e a empresa subcontratada que atuou na reforma do sítio. Teixeira determinou que o contrato tivesse um valor menor do que o montante gasto, pois era preciso que o mesmo coubesse na realidade financeira de Bittar.
Como se fosse pouco, outro trecho do depoimento de Emílio Odebrecht deixa o ex-presidente da República em situação de extrema dificuldade. À força-tarefa da Lava-Jato, Emílio detalhou reunião com o então presidente Lula, no Palácio do Planalto, ocasião em que confirmou as obras no polêmico sítio e afirmou que a conclusão das mesmas seria em meados de janeiro de 2011.
“Alexandrino me avisou do pedido de Dona Marisa e me disse para não comentar nada com o ex-presidente, pois Dona Marisa havia informado que o sítio era uma surpresa”.
Após afirmar que concordara com o “pedido de Dona Marisa”, o empresário emendou: “Pedi a Alexandrino que conversasse com algum empresário nosso para identificar um engenheiro da Odebrecht que pudesse coordenar as obras, mas que nossa participação não fosse revelada, para evitar qualquer constrangimento, e assim foi feito”.
O assunto pode parecer repetitivo aos leitores, mas é importante trazê-lo novamente a lume porque os depoimentos de Alexandrino de Alencar, Emyr Costa e Emílio Odebrecht têm coincidências impressionantes e devastadoras, as quais comprometem sobremaneira o alarife Lula.
A defesa do ex-presidente, como mencionado no início da matéria, parece ter pedido o “punch” ao rebater as sérias acusações feitas contra o petista. Mantendo a mesma estratégia adotada desde o começo, mas sem o vigor de antes, os advogados negam que o sítio pertença a Lula. E rebatem a acusação dando a entender que estão prestes a jogar a toalha, pois a situação do ex-presidente caminha a passos largos na direção do indefensável.
“Os procuradores da Lava Jato sabem, há mais de um ano, que o sítio frequentado pelo ex-presidente Lula em Atibaia não pertence e nunca pertenceu a ele. Os donos comprovaram a propriedade e a origem dos recursos. Sabem também que Lula não pediu nem autorizou ninguém a pedir que fossem feitas reformas no imóvel. Lula não tem nada a esconder, porque não fez nada de ilegal”, informou a defesa de Lula.
Os criminalistas que estão a defender a “celebridade primeira” do Petrolão sabem que esse conto da carochinha está com os dias contados. Ao cumprirem mandado de busca e apreensão no tal sítio, policiais federais encontraram em várias dependências objetos pertencentes a Lula e à ex-primeira-dama. De igual modo, a PF não encontrou na propriedade objetos pertencentes a Fernando Bittar e Jonas Suassuna Filho. Enfim…