Após longa investigação interna, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) comprovou, na quarta-feira (26), uma série de irregularidades nas contas referentes às gestões de Nicolás Leoz, Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout.
De acordo com as provas apresentadas em congresso extraordinário realizado em Santiago, no Chile, quase US$ 130 milhões foram desviados no futebol sul-americano no período de 2000 a 2015.
A investigação foi liderada pela própria Conmebol e realizada pela consultoria Ernst & Young (EY), que também participou das investigações que identificaram o rumoroso escândalo de corrupção que chacoalhou a FIFA.
No relatório foram denunciados desvios de US$ 128,6 milhões (quase R$ 410 milhões), mas alguns dos dirigentes da entidade futebolística afirmam que a quantia pode superar os US$ 140 milhões (mais de R$ 440 milhões).
Foram confirmados desvios de US$ 26,9 milhões para contas pessoais de Nicolás Leoz, US$ 33,3 milhões em transferências bancárias para contas não identificadas, US$ 10,4 milhões em pagamentos a terceiros suspeitos e US$ 55 milhões em transferências a favor de terceiros sem a devida documentação.
Ainda de acordo com o relatório apresentado pela Conmebol, os três ex-presidentes e outros ex-dirigentes envolvidos nos desvios deverão ser investigados por apropriação indébita, associação criminosa, lavagem de dinheiro e violação de confiança.
Nicolás Leoz foi presidente da Conmebol de 1986 a 2013 e seria o responsável pela maior parte dos delitos identificados pela consultoria EY. Leoz está em prisão domiciliar em Assunção por envolvimento no esquema de corrupção da FIFA e aguarda extradição para os Estados Unidos, cujo pedido foi autorizado pela Justiça paraguaia.
Eugenio Figueredo e Juan Angel Napout sucederam Leoz em curtos períodos e também estão presos por envolvimento em casos de corrupção.