Ciente de que a condenação de Luiz Inácio da Silva no âmbito da Operação Lava-Jato é questão de tempo, até porque as investigações avançam de maneira irreversível na direção do petista, a defesa do ex-presidente volta a direcionar suas forças para o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra, como se no Brasil a legislação estivesse sendo violada pelas autoridades.
Sem até agora ter explicado como consegue custear uma cara e badalada equipe de advogados, inclusive na Europa, Lula, através de seus defensores, entregará à ONU novos dados e documentos que supostamente comprovam a violação do Estado Democrático de Direito no Brasil.
O conjunto de documentos será entregue em Genebra pelo advogado australiano Geoffrey Robertson (à direita na foto), especialista em direitos humanos e com escritório em Londres. Robertson, que comanda a defesa de Lula no exterior, deverá convocar coletiva de imprensa nos próximos dias, com o objetivo de passar à opinião pública internacional a ideia de que há por parte do Judiciário brasileiro uma declarada perseguição a Lula.
A estratégia é tão absurda, que não encontra guarida no mais bizarro pensamento. Responsável pelo período mais corrupto da história nacional, Lula quer convencer o universo que ele é vítima de caçada judicial, ao mesmo tempo em que tenta provar que os delatores da Lava-Jato que o denunciaram, os quais dependem exclusivamente da verdade, estão a mentir compulsivamente.
De forma simultânea, os advogados querem dar a entender que a ONU aceitou a queixa apresentada por Lula, quando na verdade o órgão apenas recepcionou o documento protocolado pelo petista, cujo conteúdo sequer foi analisado até agora. Na melhor das hipóteses isso acontecerá no final deste ano ou no começo do próximo. Quanto à decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Lula deve procurar uma poltrona confortável para se acomodar e aguardar com muita paciência.
Em depoimento na 10ª Vara Federal de Brasília, onde responde a ação penal, Lula disse ao juiz Ricardo Augusto Soares Leite não saber exatamente quando recebe a cada mês em termos financeiros. “Se juntar tudo não chega a R$ 26 mil”, declarou o ex-presidente, referindo-se aos R$ 6 mil de sua aposentadoria e o restante pago pelo Instituto Lula.
Pois bem, se Lula, como ele próprio afirmou, não recebe mensalmente R$ 30 mil, é impossível custear a equipe de criminalistas que o defende no Brasil e manter a custosa operação internacional a cargo do renomado e caro Geoffrey Robertson. Essa epopeia farsesca de Lula ainda há de acabar em confusão.