JBSgate: delação implode projeto político de Aécio e coloca o prefeito de SP na dianteira tucana

Devastadoramente incompetente, como provou na corrida presidencial de 2014, quando foi derrotada pela détraqué Dilma Rousseff, o mineiro Aécio Neves (PSDB-MG) sempre existiu no universo político à sombra do cadáver do avô, Tancredo de Almeida Neves, considerado o melhor presidente brasileiro pelo simples fato de não ter tomado posse.

Pífio como parlamentar e gazeteiro como governador de Minas Gerais, Aécio é mais uma das muitas figuras canhestras que sobrevoam o ninho tucano, onde a soberba e a cizânia dão o tom do cotidiano desde a fundação da legenda, em agosto de 1989.

Após tropeçar na eleição de 2014, na qual recebeu expressiva votação por representar um voto contra o PT, Aécio Neves não demorou a colocar em marcha seu plano para ser o presidenciável do PSDB na disputa do próximo ano. Para tanto, Aécio juntou-se aos velhos e também aos velhacos do PSDB, o que não significa que no partido inexista gente séria.

Há dias, em mais um espetáculo marcado por sua mineirice totalitária e rasteira, Aécio impediu a participação de João Doria, prefeito de São Paulo, e de Nelson Marchezan Júnior, prefeito de Porto Alegre, no programa político do partido que foi ao ar em rede nacional. Em outras palavras, medo típico de quem repudia a gestão pública e aposta na politicagem.

No caso do veto a Doria, o agora afastado senador mineiro deixou evidente seu temor de mais adiante ter de concorrer com o alcaide paulistano em eventuais prévias partidárias. Assustou o mineiro Aécio Neves não apenas os discursos políticos de João Doria, muitos deles marcados por contundente polarização com Lula, mas acima de tudo a sua forma de administrar a maior cidade brasileira, São Paulo. Sempre lembrando que Doria tem muito a fazer na capital paulista, um gigantesco reduto de problemas cotidianos, mas não se pode desconsiderar sua vantagem como pré-candidato.


Mesmo que em silêncio, Aécio passou a comandar, nos bastidores, uma covarde investida contra João Doria e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que por enquanto continua sonhando com o Palácio do Planalto. Acontece que Alckmin corre o sério risco de ser alvejado em breve pela Operação Lava-Jato, com direito, inclusive, a uma eventual e estrondosa delação de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-presidente da Dersa. No caso de soltar a voz, Souza levará José Serra de roldão. Ou seja, o caminho para Doria ficará livre.

A estratégia covarde e sórdida de Aécio, que ruiu no rastro da delação do empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, contou com o apoio leviano de alguns importantes veículos de comunicação, que nas últimas semanas atacaram de forma sistemática o governador de São Paulo e o prefeito paulista. Agora, com o advento do JBSgate, os mesmos veículos midiáticos estão a atacar o parceiro de dias atrás, Aécio Neves.

Temendo ficar de fora da disputa presidencial do próximo ano, empreitada que o STF assumiu sem cerimônia e com celeridade, Aécio chegou ao cúmulo de fomentar possíveis candidaturas de figuras fora do universo político nacional, apenas para fazer sombra a João Doria.

Gostem ou não os tucanos de fina plumagem (sic), o prefeito da Pauliceia Desvairada representa o desejo maiúsculo da opinião pública, que é a renovação da política e na política. Empresário bem sucedido e considerado um outsider em termos políticos, Doria é um gestor que empresta à capital paulista a sua experiência como empresário e uma invejável rede de relacionamentos. O que tem rendido algumas boas parcerias ao município e poupado os cofres paulistanos. E isso não é pouco.

Por enquanto Aécio Neves está a orar para eventualmente escapar da prisão, mas a depender de decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), a ser tomada na tarde desta quinta-feira (18), o afastado senador terá tempo de sobra para pensar. Afinal, até mesmo no cárcere o tempo é o senhor da razão.

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