Rússia pode ter matado líder do grupo terrorista “Estado Islâmico”

O iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, líder da organização terrorista “Estado Islâmico” (EI), pode ter morrido no último dia 28 de maio em decorrência de ataque aéreo russo nos arredores de Raqqa, na Síria, anunciou o Ministério da Defesa da Rússia nesta sexta-feira (16).

“Segundo informações que recebemos por diversos canais, o líder do ‘Estado Islâmico’, Abu Bakr al-Baghdadi, estava numa reunião de chefes do EI atacada pela aviação russa e foi morto na ação”, disse o ministério, que está investigando o caso para tentar confirmar a morte.

No ataque “também foram mortos outros líderes do grupo terrorista, integrantes do chamado conselho militar do EI, além de 30 comandantes de nível médio e cerca de 300 guerrilheiros”, publicou a agência russa de notícias Sputnik, citando o Ministério da Defesa.

De acordo com Moscou, o ataque ocorreu quando os líderes do EI se reuniam para discutir a retirada do grupo de Raqqa, a capital não oficial da organização extremista. A Força Aérea russa bombardeou os jihadistas na madrugada de 28 de maio, depois que drones confirmaram o local e hora da reunião.

Se o relato for confirmado, a morte de al-Baghdadi será um grande sucesso militar para Moscou, que vem executando campanha belicosa em apoio ao ditador da Síria, Bashar al-Assad, desde setembro de 2015.

O líder do EI não foi visto em público desde que se autoproclamou “califa” na cidade iraquiana de Mossul, há três anos. Nascido no Iraque e um dos homens mais procurados do planeta, al-Baghdadi já foi declarado ferido ou morto uma série de vezes.


EUA não confirmam morte

O porta-voz dos EUA para a coalizão que luta contra o “Estado Islâmico”, Ryan Dillon, disse não poder confirmar as notícias da morte do líder extremista. “Não podemos confirmar estas informações neste momento”, afirmou.

A aliança internacional apoia as Forças da Síria Democrática (FSD), grupo liderado por milícias curdas, que desde novembro do ano passado realiza uma ofensiva para expulsar o EI da província de Raqqa, bastião dos jihadistas na Síria.

A principal milícia curda na Síria, as Unidades de Defesa Popular (YPG), afirmou que não dispõe de informações sobre a suposta morte de Abu Bakr al-Baghdadi. “Não tenho informação e não quero fazer nenhum comentário”, disse à agência de notícias Efe, por telefone, o porta-voz das YPG, Nuri Mahmoud, cuja milícia é o componente mais importante das FSD.

As autoridades sírias também não confirmaram a suposta morte do líder do “Estado Islâmico”, cujo objetivo é instalar um califado em parte do Iraque e da Síria. Com o cerco a Mossul, uma das capitais do suposto califado e praticamente retomada pelas forças oficiais, e o avanço sobre Raqqa (outra capital), o EI perdeu terreno e a morte do líder terrorista não deve ser desconsiderada.

Por conta desse episódio, se confirmado, o Ocidente deve redobrar a atenção para possíveis novos atentados, uma vez que os soldados do EI tentarão revidar a morte de al-Baghdadi.

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