Depois de um hiato de quase trinta anos, a gravadora Sony anunciou, na quinta-feira (29), que retomará a fabricação de discos de vinil, diante do aumento da demanda global pelo formato analógico.
De acordo com a gigante japonesa, a produção doméstica das chamadas “bolachas” deve ser retomada em março de 2018 em uma de suas fábricas nas proximidades de Tóquio. Mais detalhes sobre os planos de fabricação não foram revelados, como o volume de produção previsto, por exemplo.
Após um boom que levou à produção de quase 200 milhões de discos por ano no Japão em meados dos anos 1970, a gravadora decidiu deixar de produzir vinis em 1989, num momento em que a indústria fonográfica passou a apostar todas as fichas no CD.
O então novo formato, que a própria Sony ajudou a desenvolver, começou a ser distribuído pela gravadora japonesa em 1982 e conquistou o público. Naquele momento, a indústria da música dava por certo que os vinis estavam fadados ao fim.
Nos últimos anos, no entanto, viu-se o renascimento do formato, que atrai não só antigos consumidores nostálgicos como também gerações mais jovens, especialmente pela qualidade do som em comparação com as alternativas digitais.
Segundo estimativas da consultoria Deloitte, com sede no Reino Unido, a receita global gerada com a venda de discos de vinil deve superar US$ 1 bilhão em 2017, enquanto as vendas de CD e os downloads de música na internet seguem caindo.
Nos Estados Unidos, 17,2 milhões de discos foram vendidos no ano passado. A tendência é também observada em outros países. O Japão vendeu 800 mil unidades em 2016, oito vezes mais do que em 2010. No Reino Unido, a venda de vinis gera mais receita do que a música digital. Na Alemanha, foram comercializados 3 milhões de discos somente no ano passado. (Com agências internacionais)