Analistas do mercado financeiro reduziram novamente as projeções para a inflação deste ano e do próximo. A expectativa dos analistas para o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, em 2017 passou de 3,38% para 3,29%. Para o próximo ano, o IPCA recuou de 4,24% para 4,20%. Trata-se da quinta queda seguida.
As estimativas foram divulgadas nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central por meio do Boletim Focus, que semanalmente coleta informações dos economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País. As projeções para o IPCA permanecem abaixo do centro da meta de inflação, que é 4,5%.
Para as instituições financeiras, a taxa básica de juro, a Selic encerrará 2017 e 2018 em 8% ao ano, indicando queda em relação ao último levantamento, de 8,25%. Atualmente, a Selic em 10,25%. Essa queda da inflação projetada, se confirmada, só terá efeito positivo caso o governo consiga frear o desemprego, que atinge atualmente 14 milhões de brasileiros, e retomar os investimentos, em especial no setor de infraestrutura.
Já estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, ficou estável em 0,34%, em 2017. Para 2018, a projeção de crescimento do PIB manteve-se em 2%. Em relação a 2017, a expectativa de desempenho da economia mostra que o país está a andar de lado. Porém, há quem aposte em PIB negativo, o que acirraria ainda mais a crise econômica que vem chacoalhando o Brasil.
Em relação à produção industrial, o mercado aponta melhora, segundo o Boletim Focus. As projeções de crescimento passaram de 0,84%, na última consulta, para 0,97% em 2017. A expectativa para 2018 ficou estável em 2,30%.
Qualquer estimativa de melhora da economia, como um todo, depende da capacidade do governo de estancar a crise política, que piorou sobremaneira a partir da delaçã da JBS e da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer.