A jornalista Dora Kramer faz dura análise da participação de Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores no encontro de esquerdistas do Foro de São Paulo, em Manágua. A jornalista considerou “macabro” o apoio da senadora a um regime que está assassinando seu próprio povo. Só nos últimos três meses, 90 pessoas foram mortas pela polícia bolivariana e pelos paramilitares armados pelo regime, os quais rezam pela cartilha de Havana, quiçá não sejam sicários cubanos.
“A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acaba de participar de um outro Foro, o de São Paulo, na Nicarágua, onde se reuniram 118 partidos de 26 países das Américas. Acreditem ou não, ela fez exatamente o oposto do que se pretende no Brasil e no Mercosul: levou o apoio petista ao regime injusto e sangrento de Maduro”, escreve Dora Kramer.
“Com boa vontade, dá até para entender que Gleisi tenha defendido o ex-presidente Lula, que é o grande pastor de almas do PT, acaba de ser condenado a 9 anos e 6 meses de prisão e ainda é réu de mais quatro processos. Vá lá, até porque Gleisi só virou presidente do PT por obra e graça de Lula”, prossegue.
“Mas defender Maduro?! Em nome do PT, Gleisi manifestou “apoio e solidariedade a ele frente à violenta ofensiva da direita”. E defendeu “a consolidação cada vez maior da revolução bolivariana”. Quase macabro”, nota.
Não existe argumento válido para defender um regime desastroso e homicida como o da Venezuela. “Maduro não só aprofundou o caos na Venezuela, destruiu a economia, acabou com os produtos e jogou a população na rua da amargura (e nas fronteiras brasileiras) como, por fim, está matando manifestantes que resistem à ditadura e ao colapso do país. São dezenas de mortos. Ficar com Maduro é ficar contra o povo venezuelano”.
Para a jornalista, a tática de Gleisi Helena é suicida. “O risco de Gleisi é não ganhar nada e perder muito. O PT e Lula já tinham mesmo o apoio incondicional da esquerda do continente, mas podem perder ainda mais votos e simpatia dos brasileiros que simplesmente não suportam os absurdos cometidos na Venezuela em nome de uma ideologia”.
Não há como discordar da brilhante análise da jornalista Dora Kramer, sempre coerente e responsável, mas é importante lembrar que Gleisi Hoffmann chegou à presidência nacional do PT com a missão de ser uma marionete de luxo dos “companheiros” que de fato mandam na legenda.
A capacidade de Gleisi para aceitar ordens esdrúxulas chega a ser nauseante, como ficou comprovado durante a ocupação da Mesa do plenário do Senado, transformada em “churrasquinho na laje” por um punhado de senadoras que insistem em jogar para a plateia, depois de colaborarem durante mais de uma década para que o Brasil mergulhasse em crise grave e inusitada.
Por ocasião da tomada da Mesa do plenário, Gleisi Helena recebia, por celular, ordens de Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço acessório do PT e que à distância comandava o pífio espetáculo. Para quem não se recorda, Vagner Freitas, que em qualquer país sério já estaria presos por incitar a violência, é o sindicalista que em evento no Palácio do Planalto disse que os “camaradas” saíram às ruas de armas em punho se Dilma Rousseff fosse apeada do cargo.