Espanha ameaça prender Puigdemont; ex-líder catalão pode estar perto de refúgio na Bélgica

O chefe do governo destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, poderá ser preso ao longo dos próximos dois meses em razão da decisão do Parlamento local de declarar a independência de forma unilateral.

O alerta do governo espanhol foi feito no domingo (29), enquanto milhares de pessoas participavam de manifestações nas ruas de Barcelona defendendo a unidade da região com a Espanha.

Na última sexta-feira (27), o Parlamento regional da Catalunha aprovou a independência da região, em votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional. Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol dava a autorização ao governo para aplicar o artigo 155º da Constituição, com o objetivo de restituir a legalidade na região autônoma.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, destituiu Puigdemont e seu governo após autorização do Senado, convocando eleições regionais para o dia 21 de dezembro.

Nesta segunda-feira, Carles Puigdemont foi denunciado pela procuradoria-geral, juntamente com outros políticos envolvidos no processo de declaração de independência, por rebelião e sedição.


O procurador-geral solicita, na denúncia, o comparecimento urgente de Puigdemont e outros políticos, para que “prestem declarações como investigados” e se possa “avaliar a adoção de medidas cautelares” contra eles. O ex-líder do governo catalão encontra-se atualmente em Bruxelas.

Puigdemiont afirmou não aceitar o afastamento imposto por Madrid e pediu aos catalães que façam “oposição democrática e continuem defendendo as conquistas alcançadas até hoje”.

Na manhã desta segunda-feira, o líder catalão publicou na rede social Instagram uma imagem sua no interior da sede do governo regional em Barcelona, acompanhada apenas de uma mensagem de “bom dia”. A ideia era dar ares de normalidade na sede do governo catalão, mas a estratégia falou por causa de um pequeno detalhe; na foto aparece ao fundo um céu limpo e azulado, enquanto que o dia em Barcelona estava nublado e carrancudo.

Por outro lado, o secretário de Estado da Bélgica para as Migrações e Asilo, Theo Francken, afirmou no domingo que Puigdemont tem a opção de solicitar “asilo político” no país, caso se confirme o risco de prisão. Francken acrescentou que, se tal pedido de asilo for solicitado, “entraríamos numa situação diplomática difícil com as autoridades espanholas. Isto é evidente”.

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