Quem desembarcar no Brasil hoje, sem ter informações sobre o que ocorre nessa barafunda que alguns ousam chamar de país, por certo acreditará que chegou ao paraíso. Afinal, o “faz de conta” que reina por aqui é tão absurdo quanto impressionante.
Como se o Brasil não tivesse problemas a serem resolvidos na esfera política, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concedeu aos seus pares uma folga estendida de incríveis dez dias. O ócio remunerado começou nesta sexta-feira e seguirá até 21 de novembro, uma terça-feira.
Não bastassem os quatro dias de folga por conta do feriado prolongado de Finados, Maia preferiu não marcar sessões de votações no plenário da Câmara ao longo da próxima semana, na esteira do dia em que se comemora a Proclamação da República, em 15 de novembro.
O País aguarda ansiosamente uma definição sobre a reforma da Previdência Social, tema que tem acirrado o escambo entre o Congresso e o Palácio do Planalto, mas Rodrigo Maia não está preocupado com o assunto. Não obstante, há na Câmara e no Senado oito Medidas Provisórias cuja validade aproxima-se do fim (28 de novembro).
De forma desavergonhada, Rodrigo Maia afirmou que o período de folga não causará má impressão, pois, segundo ele, os deputados compensaram os dias de ócios com votações, nesta semana, sobre segurança pública.
Considerando que cada parlamentar custa ao contribuinte aproximadamente R$ 130 mil mensais, a Câmara mandará pelo ralo, durante a folga prolongada, nada menos que R$ 22 milhões.
Medidas como essa abrem caminho para o surgimento de um falso Messias, a exemplo do que ocorreu na Alemanha por ocasião da entrada em cena de Adolf Hitler. Ainda é tempo para reverter o caos e evitar o pior.