Moro nega pedido da defesa de Lula para suspender perícia da PF em sistema de propinas da Odebrecht

A situação de Luiz Inácio da Silva no âmbito das ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato piora com o passar dos dias. Depois de o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar e a sentença que condenou o petista à prisão (12 anos e 1 mês), a defesa do ex-presidente, que vinha apostando no confronto desafiador com a Justiça, mudou de estratégia.

Sem até agora provar a alegada inocência do cliente, o grupo de advogados que defende o protagonista do Petrolão ganhou reforço com a chegada de Sepúlveda Pertence, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, esperava-se que a cautela prevaleceria na estratégia de defesa, mas ao que parece a procrastinação é a “bola da vez” entre os advogados de Lula. Isso porque o petista continua sonhando com a candidatura à Presidência.

Para avançar com o plano que foi adotado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a defesa de Lula voltou a insistir em manobras para questionar de forma recorrente as provas apresentadas por seus acusadores, quando não defender a anulação das mesmas. Estratégia que vem sendo rechaçada pela Justiça, que já percebeu a intenção dos defensores do ex-presidente da República.

Nesta quinta-feira (15), o juiz federal Sérgio Moro negou pedido da defesa de Lula para suspender perícia nos sistemas de propina da Odebrecht. A Polícia Federal está esmiuçando o ‘Drousys’ e o ‘MyWebDay’, da empreiteira, em ação penal sobre suposto pagamento de propina ao grupo político do petista.


O advogado Zanin Martins requereu ao juiz da Lava-Jato a suspensão da perícia até que o Ministério Público Federal se manifeste sobre o sistema MyWebDay, usado para gerenciar a contabilidade paralela do grupo empresarial. Os defensores de Lula alegam de fraude ou manipulação no sistema.

Na decisão, Sérgio Moro ressalta afirma que “a perícia foi determinada exatamente em decorrência dos questionamentos pretéritos da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva acerca da autenticidade dos documentos extraídos do sistema e juntado aos autos”. “A pretensão da Defesa de suspensão da perícia por suspeita de fraude não faz o menor sentido”, completou o juiz.

Na respectiva ação penal, que tem treze réus, o MPF acusa o petista-mor de vantagem indevida no valor de R$ 12,5 milhões, paga pela Odebrecht por meio da aquisição de um terreno para abrigar o instituto que leva o nome do ex-presidente e um apartamento de cobertura contiguo ao ocupado por Lula, em São Bernardo do Campo.

Não obstante, além da suspensão da perícia a cargo da PF, os advogados solicitaram que “após eventual retomada dos trabalhos periciais, seja concedido às defesas de prazo igual àquele concedido ao Setor Técnico do Departamento de Polícia Federal para análise e manifestação acerca do laudo pericial decorrente do trabalho de alta complexidade desenvolvido pela equipe de peritos oficiais daquele órgão”.

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