Condenado a doze anos e um mês de prisão no caso do polêmico apartamento tríplex no Guarujá, no litoral paulista, o ex-presidente Lula sabe que outras condenações virão na esteira do Petrolão, maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos.
Ciente de que o enredo do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cidade do interior de São Paulo, é muito mais complexo e repleto de provas, o ex-metalúrgico, por meio de seus advogados, começa a tumultuar o processo que tramita na 13ª Vara Federal de Curitiba, palco de inúmeras ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato.
Depois de não conseguir convencer o Judiciário e a opinião pública acerca de sua alegada inocência, Lula agora tenta afastar o juiz Sergio Moro da respectiva ação, como se essas manobras não tivessem o objetivo especifico de procrastinar o trâmite processual e, por consequência, atrasar uma condenação que é dada como certa.
Os advogados do petista tentam levar um pedido de exceção de suspeição para ser julgado em Brasília. O recurso em questão tem o objetivo de afastar o juiz natural da causa.
O pedido foi negado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em 31 de janeiro, mas os defensores de Lula ingressaram com recurso especial e extraordinário no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bamboleios jurídicos ganharam força depois da chegada do advogado Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF, na defesa do petista-mor. Isso significa que Lula, assim como seus advogados, redobrou a dose de preocupação em relação ao imbróglio do sítio de Atibaia. Ou seja, como a condenação já é esperada, a estratégia passou a ser a sua postergação.