Lava-Jato: processos de Lula devem continuar com Moro, pois petista sempre soube da roubalheira

A semana termina com um assunto borbulhando em meio à opinião pública; a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tirar do juiz Sérgio Moro trechos da delação dos ex-executivos da Odebrecht que contêm acusações contra Lula.

A alegação de três ministros da Turma – Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski – é que a reforma no sítio de Atibaia e a compra de terreno para a construção da sede do Instituto Lula, em São Bernardo do Campo, nada têm a ver com o esquema criminoso que saqueou os cofres da Petrobras, gerando um prejuízo de mais de R$ 40 bilhões à estatal.

Por mais contundentes que sejam as alegações de parte a parte, é preciso ressaltar que as respectivas ações penais tramitam na 13ª Vara Federal de Curitiba por ser o juízo natural e prevento de ambos os casos. A tentativa rasteira de transferir os processos para a Justiça Federal de São Paulo não tem justificativa jurídica, o que denota ser a decisão da Segunda Turma uma espécie de missa encomendada para livrar o ex-metalúrgico da prisão.

Há nesse enredo um sem fim de motivos para ambas as ações continuarem com Sérgio Moro, não porque a Justiça brasileira só funciona em seus domínios. A reforma no sítio e a compra do terreno tiveram como contrapartida a viabilização de contratos da Odebrecht com a Petrobras.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que discorda da esdrúxula decisão, já sinalizou que recorrerá ao plenário do STF. Caso isso se confirma, Lula poderá agregara mais uma derrota ao seu currículo judicial. Isso porque o ministro Celso de Mello e a ministra Rosa Weber devem votar pela manutenção das ações na 13ª Vara Federal da capital paranaense.


Gostem ou não os defensores e os aduladores de Lula, Sérgio Moro é o juiz natural e prevento da Operação Lava-Jato. Muito além disso, é o juiz natural do Petrolão, o maior e mais acintoso esquema de corrupção da história da Humanidade. Em suma, a arguição de incompetência que tem Sérgio Moro como alvo, se acolhida, será mais um motivo para os brasileiros de bem reagirem ao golpe que tem a chancela do STF.

Independentemente de todos os argumentos até agora regurgitados pela camarilha lulista, há um detalhe nessa epopeia criminosa que não deve ser ignorado. Em agosto de 2005, o UCHO.INFO noticiou que um novo esquema de corrupção estava em marcha para substituir o Mensalão do PT. Na ocasião, afirmamos que a operação tinha como berço a Petrobras e contava com a anuência do então presidente Lula.

Em janeiro de 2009, quando levou a denúncia ao Ministério Público Federal, o editor deste portal, após mais de três horas de explanação do caso, ouviu de uma procuradora da República que a investigação era de competência do Paraná, onde foi gestado o esquema criminoso, mais precisamente na incubadora dos compadres José Janene e Alberto Youssef.

Não obstante, Lula não apenas tinha conhecimento da roubalheira que arruinou as finanças da petrolífera, mas fazia pedidos nada republicanos a dirigentes da empresa, começando por Paulo Roberto Costa, que respondia pela Diretoria de Abastecimento. Não é preciso muito esforço para confirmar os encontros do então presidente com Costa. Basta consultar a lista de visitantes do Palácio do Planalto. Em uma das ocasiões, chamando carinhosamente o diretor da Petrobras de “Paulinho”, Lula pediu que fosse resolvido o caso da Petroquímica Triunfo, no Rio Grande do Sul.

Entre idas e vindas, o pedido de favor inicial não foi atendido, pois um segundo pleito, desta vez da Odebrecht transferiu a petroquímica gaúcha à Braskem, pertencente ao grupo Odebrecht. Que ninguém surja em cena com o discurso visguento de que não há relação entre os casos acima citados e a Petrobras, pois trata-se de uma sonora mentira.

Ademais, o acordo de delação firmado entre o ex-ministro Antonio Palocci Filho e a Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava-Jato, tem informações de sobra para implodir o mirabolante plano da defesa milionária de Lula, que agora conta com o suporte de pelo menos três ministros da Segunda Turma do STF.

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