Boa parte da opinião pública nacional tem aversão à figura da senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores, pela defesa hidrófoba que faz de Lula e seus crimes. Outros detestam-na pelo fato de ela mesma estar atolada em corrupção, a ponto de ser ré em acao penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Não obstante, nos meandros da politicagem rasteira que cresce com vistas às eleições deste ano, o presidenciável pedetista Ciro Gomes revelou outro sentimento que Gleisi lhe inspira: pena.
Citada nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”, Gleisi é, na opinião de Ciro Gomes, uma pobre coitada. Ele declarou ter pena da presidente do PT, que delirou ao afirmar que Ciro não passaria no PT nem com “reza brava”.
A afirmação da senadora fez referência a uma possível aliança petista com Ciro Gomes na corrida presidencial, em que o candidato do PT ocuparia a vaga de candidato a vice-presidente.
“Vou ter paciência, respeito e compreendo o drama do PT. E tenho pena de uma pessoa da responsabilidade da presidente nacional do PT dizer uma coisa dessas”, disse o pré-candidato do PDT.
Ciro Gomes disse também que a população brasileira não é um “eleitorado de cabresto”, sinalizando que espera ter apoio de eleitores do PT, mas não uma aliança formal com o partido.
Por mais que Gleisi Helena queira travestir a realidade vivida pelo partido, o PT depende de alguma aliança caso queira sobreviver politicamente após as eleições de outubro próximo. Do contrário, a legenda terá de se acostumar com a ideia de uma anorexia partidária, em especial na Câmara dos Deputados. O que significa, além do encolhimento da bancada, redução nas verbas do fundo partidário.
A tese obtusa de rejeitar qualquer aliança para a disputa presidencial decorre da sandice de manter em voga a candidatura do alarife Lula, que cumpre pena de doze anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a Lei da Ficha Limpa, o ex-metalúrgico está inelegível, mas os “companheiros” insistem em manter sua candidatura como forma de evitar a implosão da legenda.
Ex-governador da Bahia, o petista Jaques Wagner tornou-se persona non grata na cúpula do PT por ter afirmado que Lula está morto eleitoralmente e que o partido depende de uma aliança para continuar existindo. Gostem ou não os petistas, Wagner está com a razão.