Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin é candidato do PSDB à Presidência da República, mas até a eleição terá de enfrentar o ônus que veio no bagageiro do chamado “Centrão”, bloco de partido que reúne alguns políticos envolvidos em escândalos de corrupção. Em outras palavras, o tempo de televisão a que esse agrupamento partidário tem direito não é de graça e muito menos será pago apenas com cargos, caso o tucano seja eleito.
Alckmin, experiente que é, saberá escarpar da pressão dos veículos de comunicação e dos ataques doa adversários, mas é preciso estar preparado para respostas convincentes, mesmo que diante do fato de que muitos candidatos estavam à espera do apoio do “Centrão”.
Deixando de lado essa questão, um novo problema surge na campanha de Geraldo Alckmin. Trata-se do prefeito da capital paulista, o também tucano Bruno Covas, que diariamente tem encerrado mais cedo o expediente na prefeitura paulistana para se dedicar à campanha do correligionário. No começo de julho, Alckmin convidou Covas para coordenar sua campanha no Estado de São Paulo.
Covas pode fazer o que bem entender após tratar dos assuntos relacionados à maior cidade brasileira, assim como tem o direito de decidir o que fazer quando não está trabalhando, mas é preciso lembrar que São Paulo está literalmente abandonada.
Quem circula por São Paulo logo percebe o estado de abandono em que se encontra a cidade, que sofre com seríssimos problemas de zeladoria, algo que o antecessor, João Agripino da Costa Doria Junior, candidato do PSDB ao governo paulista, tinha como bandeira maior de sua gestão à frente da prefeitura.
É impossível não reconhecer a dificuldade que é administrar uma cidade grande e complexa como São Paulo, mas não se pode fingir que problemas inexistem, abandonando o posto e partindo para outra atividade. Alckmin, que pretende chegar ao mais alto e importante cargo da nação, deveria pedir a Bruno Covas para deixe a coordenação da sua campanha, pois é inadmissível que uma cidade tão importante enfrente tal situação.
Na capital paulista, vitrine do País, a situação do PSDB há muito não é das melhores, mas piorou sobremaneira desde a chegada de João Doria à prefeitura. Apresentando-se com um gestor revolucionário, Doria logo no primeiro dia de mandato vestiu macacão de gari e empunhou uma vassoura, em clara ação de marketing de apelação. Mesmo tendo criado o bordão “Cidade Linda”, o que se vê por toda parte é o preambulo do caos. Não por acaso, seu índice de desaprovação na Pauliceia Desvairada é superior a 50%.